Nesta segunda-feira (22), Harry Styles foi anunciado como a primeira capa global da Rolling Stone, estampando 14 edições da revista mundo afora. No papo, o popstar abordou uma série de polêmicas em sua carreira, entre elas as acusações de ‘queerbaiting’ e, ainda, as especulações sobre sua sexualidade.
Sexualidade sem rótulos
Como reforçado pela jornalista Brittany Spanos, a sexualidade do cantor tem sido um tópico de quase obsessão desde que ele ganhou fama no X-Factor, quando ainda fazia parte da boyband One Direction. O falatório ficou ainda mais intenso após o fim da banda, quando, em sua carreira solo, Harry abraçou a fluidez de gênero em sua moda, como Mick Jagger e David Bowie pavimentaram antes dele.
Em entrevistas anteriores, o artista apontou repetidamente como é retrógrado exigir rótulos para a sexualidade e, desta vez não foi diferente. Harry foi questionado sobre as acusações de ‘queerbaiting’, que passou a receber, como se lucrasse com a estética queer sem reivindicar explicitamente um lugar na comunidade LGBTQIA+. O astro então rebateu as declarações de que embora não se rotule, ele só fica com mulheres.
“Às vezes as pessoas dizem: ‘Você só esteve publicamente com mulheres’, e eu não acho que estive publicamente com ninguém. Se alguém tira uma foto sua com alguém, isso não significa que você está escolhendo ter um relacionamento público ou algo assim”, retrucou a voz de ‘As It Was’.
Styles, que foi coroado pela publicação musical como o mais novo “Rei do Pop”, discutiu o estranho mundo de explorar romance e sexualidade quando você está sob o olhar atento do público. “Eu nunca falei publicamente sobre minha vida longe do trabalho e descobri que isso me beneficiou positivamente”, explicou ele. “Sempre haverá uma versão de uma narrativa, e acho que decidi que não ia perder tempo tentando corrigi-la ou redirecioná-la de alguma forma”, acrescentou.
Mesmo com os limites que estabeleceu entre sua vida pública e privada, o astro lamentou que, muitas vezes, as pessoas “baguncem essas linhas”, forçando-o a ter conversas desagradáveis logo no início de um relacionamento, não importa o quão estranho ou prematuro possa parecer. “Você pode imaginar ir a um segundo encontro com alguém e ficar tipo: ‘OK, há esse tipo de coisa, e eles vão dizer isso, e vai ser muito louco, e eles vão ser muito malvados, mas não é real… Mas enfim, o que você quer comer?'”, detalhou Styles.
Jornada pessoal e o trabalho em “My Policeman”
No final de 2020 e início de 2021, Harry migrou do set de “Não Se Preocupe, Querida” para o de “My Policeman”, longa mais íntimo e mais desafiador da carreira do britânico no cinema. Segundo a revista, Styles havia lido o roteiro no ano anterior, e ficou tão comovido com a história que entrou em contato com o diretor Michael Grandage e pediu uma audição para o papel, para a qual apareceu com cada frase do roteiro memorizada.
Na trama, ele interpreta Tom, um policial que desenvolve sentimentos por um curador de museu chamado Patrick (David Dawson). A história se passa na Inglaterra dos anos 1950, quando o relacionamento homoafetivo ainda era ilegal no Reino Unido. O casal então se envolve em segredo enquanto Tom busca um casamento com uma professora chamada Marion (Emma Corrin). O filme muda entre o passado e o presente, quando os três se reúnem em circunstâncias dolorosas.
“É obviamente muito impensável hoje em dia dizer: ‘Oh, você não pode ser gay. Isso era ilegal'”, refletiu Harry, que, na sequência, voltou a falar sobre sua própria jornada de autoconhecimento. “Acho que todo mundo, inclusive eu, tem sua própria jornada para descobrir a sexualidade e ficar mais confortável com isso”, apontou.
Por conta disso, para ele, “My Policeman” é uma história muito humana. “Não é como: ‘Esta é uma história gay sobre esses caras serem gays’. É sobre amor e sobre perda de tempo, para mim”, afirmou.
De acordo com o rockstar, o diretor queria destacar como é realmente o sexo entre dois homens nas cenas entre Tom e Patrick. “Muito do sexo gay no cinema é entre dois caras mandando ver, e isso meio que remove a ternura disso. Haverá, eu imagino, algumas pessoas que assistirão que estavam muito vivas durante esse período em que era ilegal ser gay, e [Michael] queria mostrar que é terno, amoroso e sensível”, explicou.
O futuro no cinema e os rumores de Star Wars
Apesar de ter trocado a musica pelas telonas nos últimos dois anos, o artista confessou que não tem certeza de que voltará a atuar tão cedo. “Eu não imagino que farei um filme por um bom tempo”, disse ele. Em resposta a um boato de que estrelaria uma futura série de “Star Wars” e sobre quantos longas da Marvel se comprometeu a fazer, Harry, como sempre, não entregou detalhes. “Essa é a primeira vez que ouvi falar disso. Eu imagino [que seja]... falso”, declarou.
Mesmo assim, o muso não descartou a chance de aceitar novos papéis, mas reforçou sua preferência pelo processo criativo musical. “Acho que haverá um momento novamente em que vou ansiar por isso. Mas quando você está fazendo música, algo está acontecendo. Parece muito criativo e alimenta coisas. Uma grande parte da atuação é a coisa de não fazer nada, esperar. E se essa é a pior parte, então é um trabalho muito bom. Mas não acho que essa parte seja tão gratificante. Eu gosto de fazer isso no momento, mas acho que não vou fazer muito”, concluiu.