Estrela das primeiras três temporadas do fenômeno dos anos 90, “Power Rangers”, David Yost travava, em silêncio, uma luta pessoal dramática nos bastidores da atração. Amado por milhões de fãs ao redor do mundo, o intérprete de Billy, o Ranger Azul sofria por não aceitar a própria orientação sexual. Em entrevista nesta quarta-feira (5) à Entertainment Weekly, David relembrou a triste fase e revelou ter se submetido às tais terapias de conversão.
“É difícil quando você alcança um certo nível de fama e ao mesmo tempo tem de passar por uma luta pessoal como aconteceu comigo por ser gay. Nos anos 90, foi muito difícil. E em Hollywood não era bem visto“, recordou ele. Segundo Yost, depois de sair do seriado, em 1996, ele passou a frequentar a terapia de conversão sexual, prática condenada pela Associação Norte-Americana de Psiquiatria e também pelo Conselho Federal de Psicologia, aqui no Brasil.
“Eu me submeti à terapia de conversão porque eu não queria ser gay. E eu realmente lutei, lutei e lutei com isso. E infelizmente tive um colapso nervoso e fui parar no hospital por cinco semanas e tive que iniciar o processo de aprender a me aceitar, o que foi muito difícil. Demorei muitos anos depois disso para conseguir“, desabafou David, acrescentando que a fama teria lhe imposto mais obstáculos.
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“Como um ator que estava em um dos programas infantis mais bem sucedidos da época, às vezes eu ficava envergonhado porque não queria que as pessoas soubessem pelo que eu estava passando e pelo que eu passei. No começo, eu certamente não queria que as pessoas soubessem que eu era gay. Então, foi um processo de crescimento, mas de uma maneira completamente diferente. E eu não sei. Talvez olhando para trás agora, interpretar o Billy tenha me ajudado de maneiras que eu nem conheço“, refletiu.
Desde que assumiu a sexualidade, em agosto de 2010, Yost tem trabalhado para beneficiar organizações como a AIDS Project Los Angeles e o Children’s Hospitals AIDS Center. Agora, oito anos mais tarde, ele se diz orgulhoso de poder ajudar também outras pessoas a se aceitarem como vieram ao mundo. “Todos os dias recebo mensagens de gays do mundo inteiro que me dizem: ‘Obrigado por se assumir e compartilhar sua história porque sua história me ajudou a me assumir. Eu posso compartilhar sua história com minha família e ajudá-los a entender que o que você passou é o que eu estou passando. E então, obrigado’. É maravilhoso“, finalizou.