Ivete Sangalo participou do especial de Dia das Mães do podcast “Mil e uma tretas”, neste domingo (14). Durante o bate-papo franco sobre maternidade com Thaila Ayala, Julia Faria e Rachel Maia, a cantora relembrou um momento com o filho Marcelo que a deixou tão chateada que ela precisou recorrer à uma terapeuta.
“Um dia, ele me disse: ‘Mãe, queria lhe contar uma coisa’. Eu tinha, assim, um mês de ‘parida’. Ainda estava naquela coisa dos pontos e tal, e ele falou: ‘Eu amo mais o meu pai do que você’. Aí eu falei: ‘É, meu filho? Tudo bem’. Aquelas mães-cabeça que leem livro, sabe? Tudo bem. Ele tinha 8 anos e meio. Ele desceu para ir ao mar com o pai. Liguei para a minha terapeuta e chorei. E ela falou: ‘Não. Não deixe seu filho falar isso para você, não. Ele pode até sentir, mas não pode falar isso para você, não'”, contou.
Ainda se recuperando do parto das filhas gêmeas na época, Ivete revelou o que fez para se recuperar do choque. “Peguei o maiô, botei e desci. Mergulhei. Foi o tempo de me f*der toda com os pontos. Quando eu saí, ele veio correndo: ‘Mãe, eu estava mentindo’. E eu disse: ‘Não importa. Nunca mais diga para a sua mãe isso. Porque eu sofri muito. Você nunca mais diga isso para a mamãe. Você pode até sentir, chama seu pai para dividir e não guarda só para você. Mas, pelo amor de Deus, não faça mais isso com mamãe. Porque eu fui ao inferno e voltei”, lembrou a artista.
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Abortos e baby blues
Na conversa, a dona do hit “Cria da Ivete” também falou sobre os abortos espontâneos que sofreu antes de engravidar das gêmeas, Marina e Helena, de 5 anos, também fruto do seu relacionamento com Daniel Cady.
“Tentamos daqui, ali, aí eu tive gravidez ectópica, todas as gravidezes… E perdi assistindo à ‘Sessão da Tarde’, sangrava. Eu dizia: ‘Ah, meu Deus’. E perdeu ali, perdeu aqui, vida que segue. Aí estava passeando de carro e vi uma esquina em Salvador: Centro de Fertilização não sei o quê. Entrei”, relembrou o cantora. “Comecei [a retirada dos óvulos] com 40 anos. Como minha reserva ovariana era muito pequena, tirei uns 8. Fiz mais de um ciclo […] Aí vieram as meninas, soube que eram gêmeas”, continuou.
Ivete também revelou que teve baby blues, um dos transtornos emocionais do pós-parto, logo após o nascimento das filhas. “Marcelo tinha uma exclusividade de oito anos e meio. Meu momento com ele de mãe foi de exclusividade total: o nascimento, o peito, o olhar, amamentando. Aquele romantismo que a maternidade prega. Quando elas vieram, nutri por elas uma paixão voraz, imediata. E eu sentia saudade dele ali na sala. Passei um mês chorando”, admitiu.
“Fiquei com baby blues porque eu não tinha privacidade com elas porque sempre tinha alguém para me ajudar: amamentava, chorava. Tinha aquela movimentação, meu filho indo para a escola sozinho porque eu estava operada. Tive isso e foi muito mais relacionado à condição, à culpa, do que uma coisa assim, do que meu corpo. Eu chorava. E eu mesma botava as músicas para chorar. Foi o processo dessa mãe que tem que administrar a vida dos três filhos e a sua própria”, explicou.
Assista ao programa completo:
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