JK Rowling, autora da série de livros “Harry Potter“, se envolveu em outra polêmica relacionada à transfobia. Nesta segunda-feira (1º), a escritora desafiou a nova lei escocesa contra crimes de ódio em uma série de postagens nas redes sociais, dizendo para que a polícia a prenda caso acredite que ela cometeu um crime. A escritora, que vive em Edimburgo, na Escócia, é conhecida por se opor ao movimento trans de luta por direitos.
Rowling voltou a descrever mulheres transgêneros como homens. No X (antigo Twitter), citou ativistas e declarou: “Obviamente, as pessoas mencionadas nos tuítes acima não são mulheres, mas homens”. Ela ainda disse que a “liberdade de expressão e de crença” chegaria ao fim se “a descrição precisa do sexo biológico fosse proibida“.
“Estou fora do país, mas se o que escrevi aqui for qualificado como um delito nos termos da nova lei, estou ansiosa para ser presa quando voltar ao berço do Iluminismo Escocês“, declarou e acrescentou, criticando a lei: “Os legisladores escoceses parecem ter dado mais valor aos sentimentos dos homens que realizam sua ideia de feminilidade, por mais misógina ou oportunista que seja, do que aos direitos e liberdades das mulheres e meninas reais“.
“É impossível descrever ou enfrentar com precisão a realidade da violência e da violência sexual cometida contra mulheres e meninas, ou abordar o atual ataque aos direitos das mulheres e meninas, a menos que possamos chamar um homem de homem”, continuou ela.
🎉🌼🌸April Fools! 🌸🌼🎉
Only kidding. Obviously, the people mentioned in the above tweets aren’t women at all, but men, every last one of them.
In passing the Scottish Hate Crime Act, Scottish lawmakers seem to have placed higher value on the feelings of men performing their…
— J.K. Rowling (@jk_rowling) April 1, 2024
A Lei de Crimes de Ódio e Ordem Pública foi criada em 2021 e entrou em vigor nesta segunda. Segundo a People, a lei tem o objetivo de “prever disposições sobre o agravamento de crimes por preconceito“, o que inclui “assédio com agravamento racial” e “crime de incitação ao ódio contra um grupo de pessoas“. A pena máxima prevista pela nova lei é de sete anos de prisão.
O primeiro-ministro da Escócia, Humza Yousaf, explicou que a nova legislação não criminaliza o debate de ideias e nem diminui a liberdade de expressão. “A menos que seu comportamento seja ameaçador ou abusivo e pretenda incitar o ódio, então você não tem nada com que se preocupar em termos das novas ofensas que estão sendo criadas“, disse Yousaf. Segundo o primeiro-ministro, a nova lei visa combater uma “onda crescente de ódio” no país.
Ele ainda afirmou que é uma forte “mensagem para vítimas, agressores, comunidades e para a sociedade em geral que ofensas motivadas por preconceito serão tratadas com gravidade e não serão toleradas“.
A Polícia da Escócia disse não ter recebido nenhuma reclamação sobre as postagens. A legislação recebeu críticas por não incluir mulheres cis como grupo que pode ser vítima de crimes de ódio. O governo disse que está elaborando uma lei específica sobre misoginia.
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