James Cameron, diretor de ‘Titanic’, mergulhou 33 vezes para ver destroços: ‘Você acha que entende até se aproximar’

Para a CBS, o diretor detalhou as experiências no fundo do mar, antes da produção do longa

James Cameron

Em fevereiro deste ano, James Cameron revelou à CBS que viajou 33 vezes ao fundo do mar para visitar os destroços do “Titanic“. Ele é o diretor responsável pelo longa que arrecadou US$ 2,194 bilhões nas bilheterias mundiais e se mantém como a terceira produção mais assistida de todos os tempos. Nesta segunda-feira (19), a Guarda Costeira de Boston confirmou que um submarino que faria a mesma viagem está desaparecido, com cinco tripulantes.

“Me sinto muito ligado à história [do Titanic], depois de ter mergulhado 33 vezes na área do naufrágio. Quanto mais você estuda, mais contagiado pela história do Titanic você fica. Digo sempre como é frágil. Você acha que o entende até se aproximar e ver que tem muito mais complexidade na história”, disse.

O transatlântico, maior navio de sua época, bateu contra um iceberg em sua viagem inaugural de Southampton a Nova York, em 1912. Dos 2.200 passageiros e tripulantes a bordo, mais de 1.500 morreram. Os destroços foram descobertos pela primeira vez apenas em 1985, a cerca de 3.800 metros (12.500 pés) abaixo da superfície do oceano. Por causa da profundidade e das fortes correntes, porém, até as câmeras mais modernas mostram apenas vislumbres dos objetos.

James Cameron é o diretor de "Titanic". (Foto: Divulgação)
James Cameron é o diretor de “Titanic”. (Foto: Divulgação)

Durante a entrevista, Cameron revelou detalhes de sua pesquisa sobre o navio. Ele também defendeu que alguns itens sejam comercializados, desde que a estrutura seja mantida em respeito aos que morreram na tragédia.

“É aí que você entra em uma área cinzenta. Eles precisam financiar essas coleções de alguma forma. Precisam financiar suas viagens ao redor do mundo, colocando-as em exposição. Acho que quando você as vende e elas vão para um local privado e nunca mais são vistas, ultrapassam o limite. Quando você vê esses óculos, pensa: ‘Quem era essa pessoa? O que ela vivenciou? Isso o conecta à história”, explicou.

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O longa protagonizado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet foi lançado em 1997 e suas cenas icônicas se tornaram um marco da cultura pop. A produção, que completa 25 anos em 2023, faturou 11 estatuetas do Oscar.

Leonardo DiCaprio como Jack e Kate Winslet como Rose em “Titanic” (1997). (Foto: Divulgação)

Submarino desaparecido

As autoridades confirmaram que o submarino que levava turistas para ver os destroços do Titanic desapareceu. O trajeto da OceanGate estava previsto para durar 10 dias e custou US$ 250 mil por pessoa (R$ 1,19 milhão na cotação atual). A viagem começa na costa de Newfoundland, no Canadá, e segue por 600 km dentro do Oceano Atlântico. Quando chega ao local, o submarino leva cerca de oito horas para realizar o passeio até os destroços.

De acordo com os agentes, que já iniciaram uma operação de busca e resgate, cinco pessoas estavam a bordo do submarino. Hamish Harding foi um dos identificados. Há três dias, o bilionário inglês publicou um texto comemorando o início da viagem.

O segundo confirmado é o especialista do naufrágio do Titanic, Paul-Henry Nargeolet, que já liderou cerca de 30 viagens ao navio histórico. O empresário paquistanês e seu filho, Shahzada e Sulaiman Dawood, também estão entre os tripulantes, de acordo com um comunicado divulgado pela família.

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O contra-almirante John Mauger acredita que eles têm entre 70 e 96 horas restantes antes que o oxigênio acabe dentro da embarcação. “Estamos fazendo tudo o que podemos para garantir que possamos localizar e resgatar aqueles a bordo”, disse Mauger em uma coletiva de imprensa. “É uma área remota e é um desafio conduzir uma busca nessa área, mas estamos mobilizando todos os recursos disponíveis para garantir que possamos localizar a embarcação e resgatar as pessoas a bordo”, acrescentou.

Já nesta terça-feira (20), David Pogue revelou à BBC mais detalhes sobre o submarino que desapareceu. O jornalista descreveu sua experiência, revelou como o submersível é controlado e opinou se existe a possibilidade de um resgate ser feito. Segundo ele, tanto o GPS quanto o rádio não funcionam debaixo d’água, o que implica qualquer tentativa de contato com a embarcação Clique aqui para saber tudo.

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