Após The Weeknd debochar da Rolling Stone publicando um trecho de “The Idol” para rebater a extensa reportagem da revista sobre a série, a publicação se viu novamente envolvida em polêmica. Nesta sexta-feira (3), um dos redatores está sendo acusado de racismo por responder à provocação do cantor com o GIF de um macaco.
A troca de farpas começou quando a revista publicou uma matéria com 13 testemunhas que afirmaram que a trama, estrelada pelo cantor e por Lily-Rose Depp, estaria “fetichizando” estupro, entre outras questões. O astro, então, postou uma cena do seriado em que os personagens principais menosprezam justamente o veículo que expôs o caso.
“Rolling Stone? Eles não são um pouco irrelevantes? […] Rolling Stone tem 6 milhões de seguidores no Instagram, metade deles provavelmente são robôs. E Jocelyn tem 78 milhões de seguidores, todos eles reais, eu assumo”, diz o artista na cena. “Então, ela faz uma sessão de fotos, marca eles, eles ganham seguidores dela. Mais dinheiro para a Rolling Stone, nada para Jocelyn”, conclui ele. Na legenda, ele ainda escreveu: “Nós chateamos vocês?”. Assista:
Tomás Mier, redator da Rolling Stone, repostou a publicação do dono do hit “Starboy”. A questão principal é que ele fez isso adicionando a imagem de um macaco. A postagem já foi deletada, porém, os internautas não deixaram de classificar a atitude como racista.
In a now deleted tweet, Rolling Stone writer, Tomás Mier, quotes The Weeknd’s response to the magazine with a racist photo of a monkey. pic.twitter.com/vb6mnV6fA4
— Pop Tingz (@ThePopTingz) March 3, 2023
No Twitter, vários usuários rebateram Mier. “Não é uma boa ideia ser racista se você quer provar um ponto. Não é de se admirar que ele tenha mais curtidas do que o artigo teve visualizações. Ter lixo como você escrevendo para eles faz sentido, porque a credibilidade deles é lixo agora. Eu sinto muito pela Rolling Stone perdendo visualizações e empregando lixo”, escreveu um deles. “Muito estranho e nojeto”, pontuou outro. Confira as reações abaixo:
Isn't a good take to be racist if you want to prove a point. No wonder he got more likes than that article got views. It has trash like you writing for them makes sense why their credit is trash now. I feel sorry for @RollingStone losing viewers and employing garbage.
— hu-Tilly (@terrintain) March 2, 2023
very weird & disgusting https://t.co/bBRmbg4CdL
— LB (@lnbshr) March 3, 2023
chocado no babado do editor da rolling stone sendo racista com o the weeknd
— and (@And_vini) March 4, 2023
The Weeknd: Sold out na turnê da América do Norte, maior recorde de ouvintes mensais e recorde da música com mais streams/tempo em #1 na Billboard, 14 músicas no Hot 200 do Spotify, 2 (em breve 3) no Top 10 da Hot 100 da Billboard e mt mais
Rolling: Stone pic.twitter.com/fHEwFG43Cl
— sarah (@naflaire) March 4, 2023
“Oh, isso é muito ruim”
Oh wow that’s so bad
— Mairead Leonard (@marhearsyou) March 3, 2023
“Não me surpreende em nada. Tomas Mier sempre foi extremamente antiprofissional”
Not surprised at all. Tomas Mier has always been extremely unprofessional.
— Alice in Wonderland❣️ (@AliceF1era) March 3, 2023
Após a repercussão, o redator voltou a se pronunciar. “Droga, essa realmente não é a semana pra mim nesse app… Eu acabei de deletar um tuíte em que eu usei a foto de um macaco parecendo surpreso em referência ao vídeo de resposta do The Weeknd à investigação da Rolling Stone. O Twitter acha que eu estava sendo racista. Essa claramente não era a minha intenção. Sinto muito se ofendi alguém”, disse.
I’m sorry if I offended anyone.
— Tomás Mier (@Tomas_Mier) March 3, 2023
O escritor Gerrick Kennedy respondeu: “Enquanto eu conheço as suas intenções, o seu tuíte deixou muito espaço para ser mal interpretado”. “Eu entendo. Definitivamente não foi a minha intenção. Eu escolhi uma foto para reagir sem pensar que podia ser interpretado desse modo. Isso é minha culpa”, assumiu Tomás.
I get it. Def wasn't my intention. I chose a reaction pic without thinking that it could be interpreted that way. That's on me
— Tomás Mier (@Tomas_Mier) March 3, 2023
Entenda o caso
A premissa original de “The Idol” traz Lily-Rose Depp como Jocelyn, uma pop star glamourosa e cheia de problemas, enquanto The Weeknd vive Tedros, o líder de um culto moderno e muito questionável. Contudo, segundo testemunhas anônimas ouvidas pela Rolling Stone, a mudança na direção da série teria trocado o foco da trama sobre a luta de uma vítima da indústria do entretenimento, para uma “história de amor degradante”, considerada ofensiva por alguns que participaram do projeto.
Com tudo o que presenciaram, muitos interpretaram o que seria uma fetichização do estupro. “Era como qualquer fantasia de estupro que qualquer homem tóxico teria na série – e então, a mulher volta querendo mais porque isso melhora a música dela”, contou um membro da produção. “Era uma série sobre uma mulher que estava se encontrando sexualmente, e virou uma série sobre um cara que consegue abusar dessa mulher e ela gosta disso”, pontuou uma fonte.
Integrantes da equipe detalharam cenas chocantes escritas pelo diretor Sam Levinson, que envolviam muita violência física e sexual entre os personagens de Depp e The Weeknd. No rascunho de um episódio, supostamente havia uma cena em que o astro daria um golpe no rosto da atriz, ela sorriria e pediria que ele a agredisse mais, o que causaria uma ereção em Tedros. Essa cena, entretanto, nunca saiu do papel.
Em outra sequência supostamente proposta, Jocelyn carregaria um ovo dentro de sua vagina. Caso ela derrubasse ou quebrasse o ovo, o personagem de The Weeknd se recusaria a “estuprá-la”. A situação levaria a personagem de Lily-Rose a uma espiral, no qual ela imploraria para que ele a “estuprasse”, porque acreditava que essa era a chave para seu sucesso como cantora. Segundo a reportagem, a cena também nunca foi filmada porque a produção não encontrou uma maneira de gravá-la de forma realística, sem que Depp tivesse de realmente inserir o ovo em sua vagina.