Ainda em janeiro deste ano, veio à tona a história da decoradora Clemozeide Lundgren, que alega ser filha de Silvio Santos e há quatro anos pede investigação de sua paternidade, em um processo que corre em segredo de justiça. Em entrevista a Leo Dias, a senhora de 70 anos anunciou que já foi determinado, por vias legais, que o exame de DNA seja feito, para legitimar ou não a possível relação familiar entre ela e o dono do SBT.
Durante o bate-papo, Clemozeide disse que sua mãe biológica conheceu o comunicador em Curitiba, em 1949, muito antes da fama. “Acho que ela o conheceu vendo ele trabalhar como camelô. Não foi no tempo de riqueza, ele era jovem, estava recentemente na sua profissão, talvez. E ela também jovem. Foi um relacionamento nem longo, nem curto… Acho que no ano, eles se viram muitas vezes e depois, ele foi embora, e ela não sabia que estava grávida e ele também não. Para ele deve ter sido uma surpresa, de repente, com tantos anos, alguém o procurar”, analisou.
Aos 2 meses de idade, Lundgren foi abandonada e criada por outra família. Aos 15, a mãe biológica a procurou e revelou que seu pai seria Silvio Santos. Desde então, a decoradora buscou possíveis contatos com Abravanel, mas seus planos sempre foram interrompidos. Em 1984, ela tentou, através de Moacyr Franco, funcionário do SBT na época, chegar até o dono do Baú, porém não teve sucesso.
“Os advogados perguntam: ‘Porque não antes?’. Mas as circunstâncias na vida de cada um é uma história, né? (…) A gente tentou. Tanto é que eu tentei ir no programa do Moacyr em 1984. E ainda antes de assinar a procuração para as minhas advogadas (em 2016), eu escrevi uma carta para ele (Silvio). Eu levei um mês para fazer essa carta! Conversava com Jesus todas as noites: ‘Como é que eu vou fazer essa carta?'”, lembrou.
Sobre o conteúdo da carta enviada, Clemozeide comentou: “Eu dizia que gostaria de falar com ele de forma privada, e que não queria que isso causasse problemas. Não queria gerar polêmica. Eu dizia que queria saber se, de fato, a resposta era sim ou não (para a paternidade). Eu ainda coloquei na carta que não tinha interesse nenhum material e que o que eu desejava era cuidar do meu emocional. Não sou rica nem milionária, mas não preciso pensar nesse lado. O que eu desejava era realizar essa busca para saber se ele é meu pai ou não. Se for, ficarei muito feliz de ter um pai como ele”.
O material foi enviado aos advogados de Abravanel e, sem muita demora, a decoradora recebeu uma resposta. “Foi dito que eu deveria procurar a Justiça e que, se isso fosse verídico, ele (Silvio) não iria fugir de suas responsabilidades. Assim que li isso, tive a confirmação que ele realmente era a pessoa que eu acredito como ser humano, sabe? A atitude dele, para mim, foi nobre, porque eu desejava fazer isso de forma privada, mas ele não fugiu da raia”, declarou.
Casada com um europeu, e mãe de um casal de filhos, Clemozeide, após tantos anos de aguardo, deve receber uma resposta em breve sobre a paternidade. Caso se confirme, ela avisou que ficará extasiada. “Acho que nós iremos vibrar. Vou ficar em estado de graça. Vai ser uma coisa linda poder confirmar que tenho um pai. Se não for, a vida continua. Mas se for, vou ficar muito feliz, sim!”, afirmou.
Lundgren também analisou a possibilidade de não ser reconhecida como filha pelo dono do Baú. “Vou respeitar, mas eu duvido que ele não queira me reconhecer, não vejo isso tão forte nele. Ele não é uma pessoa amarga. Ele é uma pessoa totalmente bondosa”, opinou.
Casos anteriores
Em 2010, outro processo de paternidade relativo ao comunicador foi aberto. A cozinheira Cassia Schmidt Pavan Vitullo, de 59 anos, buscava saber se seria filha de Silvio – na hipótese de ser fruto de uma relação extra-conjugal. Contudo, em 2016, o teste de DNA deu negativo.
Ao longo dos anos, Silvio teve de fazer outros dois exames como esse, no entanto, nenhum de seus testes anteriores de DNA deu positivo. Agora, aguardamos o desfecho desse caso.