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Laura Muller, conhecida pelo quadro de sexo “Altas Horas” entre 2007 e 2022, explicou a decisão de deixar o trabalho na televisão para “atuar em campo”. Hoje, ele trabalha com atendimento ao público na área da psicologia, dá palestras, escreve livros, vende produtos de cuidados com o sexo e leva a vida em Minas Gerais.
Vida na TV
“Foram 15 anos em que fui muito feliz e pude fazer meu trabalho de forma muito tranquila, muito à vontade e falar o que penso. Não tive censura no que eu penso ou em como eu penso a sexologia. Foi muito bacana essa experiência e conhecer jovens, adultos e famosos ao longo desse caminho”, refletiu Laura, em entrevista ao UOL Splash, neste sábado (12).
Ela contou que o convite para participar do programa na TV Globo surgiu após lançar seu segundo livro sobre sexualidade. A produção teve acesso à obra e foi quando a jornalista recebeu a proposta para a atração, comandada por Serginho Groisman. “O Serginho queria um quadro sobre sexualidade para durar um tempinho, e a produção me procurou para uma entrevista. Me falaram que, se fosse legal, ia para o ar e duraria de um a três mês”, recordou.
“Topei, gravei e no dia seguinte o Serginho me ligou: ‘Laura, adoramos e acho que vai dar super certo. Quer ser contratada por três meses?’. Eu topei na hora. E acabou que eu fiquei 15 anos na Globo. Só saí porque tivemos a pandemia, em 2020, que reconfigurou o jeito das televisões e de tudo”, esclareceu Muller.
Ela destacou que viu a oportunidade como uma forma extinguir os tabus: “Eu sabia bem da dificuldade que era tratar esse tema e via o quanto demoravam para nos contratar por acharem que falaríamos alguma bobagem. Quando surgiu o ‘Altas Horas’, um programa para jovens, eu falei: ‘É isso que eu quero’, e era um reconhecimento do meu trabalho. Passados os três meses, o Serginho me convidou para ficar mais um ano e fiquei 15 anos”.
Quadro sobre sexo e mudança de vida
A sexóloga, então, disse que tomou a decisão de retornar para Juiz de Fora, sua terra natal. Depois de ficar 70 dias em um apartamento em São Paulo, ela viajou para a cidade mineira para passar uns dias com o namorado. No entanto, durante a viagem, decidiu ter o destino como sua residência fixa.
“Com a pandemia, também, eu vim pro interior de Minas. E aí fui migrando as minhas atividades para o online. Mais recentemente, eu passei a circular Brasil afora para palestras. E aí, a gente [eu a Globo] encerrou o contrato no início de 2022″, detalhou ela. Em seguida, Laura analisou seu período na emissora.
“Mas foi uma jornada muito feliz, muito satisfatória, muito prazerosa e enriquecedora. [Minha relação com o Serginho] foi maravilhosa. Não só com o Serginho, como com toda a produção do ‘Altas Horas’. O Serginho é uma mente super criativa, ele que criou esse quadro. A produção muito afiada, sabendo o que fazer. Tudo muito profissional, tudo acontece. Desde a hora que você pisa até a hora que você vai embora da gravação. Tudo funciona”, elogiou.
Muller salientou que o fim do contrato serviu para se dedicar à vida pessoal. “Foi um ciclo encerrado, porque foi muito tempo e quando entrou a pandemia eu gravava umas participações eventuais, o Serginho também foi todo para online e ali também a gente já foi diminuindo as participações. A pandemia já foi mudando algumas coisas e, para continuar na TV, eu teria que continuar morando em São Paulo, mas minha nova vida em Minas não permite mais ficar um dia livre para gravação”, narrou.
“Dá para eu sair. Saio quinzenalmente para viajar a trabalho, mas ter aquele compromisso toda semana para equacionar com todos os outros compromissos que são as palestras ou atendimento em consultório ia ficar complicado morando na zona rural do interior de Minas. Quando a gente decidiu construir aqui, mudar para cá, eu já fui me despedindo internamente desse trabalho lindo e concluindo esse ciclo na Globo”, completou ela.
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Novos trabalhos
A passagem de Laura pelo “Altas Horas” lhe abriu novas portas e projetos. Segundo ela, foi “uma enxurrada de chamados” de pessoas espantadas com a forma simples e objetiva que ela falava sobre o tema. “Não era uma proposta pornográfica e não estimulava a sexualidade. Era um conteúdo com qualidade para que o jovem ganhasse maior consciência”, ponderou.
Mas, quando se trata da agenda de 2025, a jornalista admitiu que está “puxada”. “Eu atendo em consultório no começo da semana, eu tenho uma agenda fixa. Do meio da semana em diante, eu fico com uma agenda mais flexível para encaixar as viagens para palestras, para as ações em educação sexual, para entrevistas, podcasts, publicidade e também para as gravações nas minhas redes. Então eu divido”, detalhou ela.
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