Luísa Sonza se manifesta sobre processo e acusações de injúria racial, e anuncia decisão

A cantora é processada desde 2020 pela advogada Isabel Macedo

Luísa Sonza

Nesta segunda-feira (19), Luísa Sonza se pronunciou sobre o processo por danos morais – decorrente de injúria racial – movido contra ela. O caso se tornou público em 2020, quando a advogada Isabel Macedo, uma mulher preta, entrou na Justiça alegando que foi confundida pela artista com uma funcionária em uma festa e tratada de “forma ríspida”. No Twitter, Luísa fez um longo texto sobre a situação.

“Gente, eu estou acompanhando tudo e meu silêncio nesses dias não é porque não queria falar sobre o assunto, mas porque eu precisava desse tempo para refletir, conversar com as pessoas e entender melhor algumas questões que achei que dominava, mas me dei conta que não”, iniciou ela.

Em seguida, Luísa agradeceu aos fãs por cobrarem um posicionamento dela. “Quero agradecer a vocês que, com razão, me cobraram, e dizer o quanto tudo isso foi importante para mim. Aprendi a ver, mais a fundo, a história por outra perspectiva e perceber a dor do outro. Me coloquei no lugar. E entendi que precisa ser sempre assim. Me dei conta de que todos, até mesmo pessoas como eu, que se reconhecem como aliadas à questões sociais, precisam sempre estudar mais e buscar por mais conhecimento e ainda mais empatia”, afirmou a loira.

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Ela também anunciou sua decisão e revelou quais serão os próximos passos do processo. “Estou lidando com essa situação como uma oportunidade para tentar ser melhor, como sempre tentei fazer todas as vezes que alguma coisa aconteceu comigo, publicamente ou não. Por isso, a minha decisão é solicitar uma audiência especial para resolver amigavelmente o processo, acatando o valor pedido pela Autora”, disse ela.

“Eu não tenho medo de colocar os meus privilégios, que reconheço que tenho, à disposição para chamar atenção pra essas questões sociais e tentar diminuir qualquer tipo de discriminação. Por fim, quero esclarecer que esse caso veio a público em 2020, quando foi aberto, e é um processo de danos morais — não estou respondendo por processo criminal, como foi divulgado, e não há nenhum outro em andamento”, concluiu. Em nenhum momento, entretanto, a artista pediu qualquer tipo de desculpa para a autora da ação.

https://twitter.com/luisasonza/status/1572025797925535745?s=20&t=E1ZbqJp1oxghDSvebL8bLw

Nos últimos dias, o assunto voltou a repercutir porque uma audiência marcada entre as partes precisou ser adiada após o link da sessão virtual vazar na internet. Por conta disso, o processo foi colocado em segredo de Justiça.

Entenda o caso

Em 2020, o jornalista Erlan Bastos divulgou o processo no qual Luísa é acusada de discriminação racial. De acordo com o relato da parte autora, Sonza havia confundido Isabel com uma funcionária no Festival Gastronômico da Pousada Zé Maria, dois anos antes. A mulher estava comemorando o seu aniversário e a cantora foi uma das atrações da noite.

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Depois de assistir ao show, a advogada teria passado pela loira quando foi ao banheiro. Neste momento, ela teria sido abordada com um tapa no braço, enquanto a artista pediu para ela providenciar um copo com água. Segundo a descrição do documento, a vítima não teria entendido o que estava acontecendo a princípio e pediu para que a estrela repetisse a pergunta. “Foi quando a artista, novamente no mesmo tom ríspido, ordenou que a advogada buscasse um copo de água, pois ela estava com sede”, relatou o processo enviado à Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro.

Isabel falou que ainda chegou a questionar o motivo pelo qual a cantora acreditou que ela era funcionária do estabelecimento, uma vez que todos os trabalhadores dali estavam uniformizados. De acordo com o processo, Luísa teria se esquivado, “não deixando dúvidas que sabia que havia feito um julgamento preconceituoso em razão dos traços raciais” da advogada.

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Na ação, a moça pediu uma indenização de R$ 10 mil por danos morais, decorrente de injúria racial, retratação pública de Luísa Sonza e da pousada na redes sociais, fixação de cartazes contra o racismo no estabelecimento onde teria ocorrido o crime e condenação dos réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.

Na época, Luísa negou o ocorrido. “Gente, tudo isso é MENTIRA! Não acreditem nisso! Eu jamais teria esse tipo de atitude. Vocês me conhecem bem, sabem qual é meu caráter, minha índole. Eu jamais ofenderia outra pessoa por conta da cor de sua pele. Jamais! Essa acusação é absurda. Minha equipe já está tomando todas as providências jurídicas quanto ao caso”, escreveu ela.

 

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