Maitê Proença abriu o jogo sobre sua sexualidade e uso de drogas no passado, em uma entrevista à Veja nesta quinta-feira (20). No papo, a atriz refletiu sobre a própria orientação sexual após confirmar seu relacionamento com a cantora Adriana Calcanhotto.
As artistas tornaram a relação pública no ano passado, mas terminaram em agosto de 2022, após 11 meses juntas. Na entrevista, Proença foi questionada se considera ser bissexual. “Não penso dessa maneira. Penso que eu estava com um ser humano. Por acaso aquele ser humano era um ser humano feminino, e eu gostava das características daquele ser humano, que era mulher. E é isso, não é nada além disso, não vou botar eu mesma uma tarjeta na testa. As pessoas que façam isso. Eu sou livre”, declarou.
Na sequência, a atriz disse se existe uma distinção em namorar homens ou mulheres. “Tem diferença sim. Por isso que é bom, você varia, amplia”, opinou. Maitê ainda falou abertamente sobre drogas, e disse ter experimentado haxixe aos 14 anos. “Na minha época, as drogas eram uma forma de autoconhecimento. Elas não estavam ligadas ao tráfico, a gente não sabia, tinha um peso menor nessa coisa das guerras do tráfico”, justificou.
“Era uma coisa da era hippie: ‘vamos abrir a consciência e expandir a consciência para que os preconceitos vão embora e entre o amor no lugar’. O amor compreende tudo, eu aceito o outro como ele é, diferente de mim”, acrescentou.
“Nem sei o que as drogas de hoje fazem, porque as que experimentei, não tenho muita prática. Foi uma ou outra, nem sei se gostei. Naquela época, elas faziam sentido e, de fato, cumpriram o objetivo de ampliação sensorial e até intelectual, da compreensão do outro”, ressaltou Proença.
“Era muita caretice não experimentar. A pessoa tinha que estar muito fechada em si, feito uma ostra. Por que é errado? Você já experimentou? Sempre é a ignorância que faz com que as pessoas julguem algo que elas não conhecem”, alegou.
Questionada se ainda usa algo, Maitê negou. “Sempre fui muito fraca para drogas e bebida. Meu corpo não dá conta. Hoje em dia minha droga é a saúde, gosto mais. Até gosto de beber, mas tem que ser bem pouquinho. Se eu beber mais de uma taça de vinho, não durmo direito. Já usei canabidiol para dormir e acho super boa ideia. Tem que liberar tudo, deixar as pessoas verem o que elas precisam. Tudo poderia se beneficiar pelo bom uso, e o bom uso é o uso regulamentado”, explicou.
De volta às telinhas
Na entrevista, Maitê Proença aproveitou para falar de sua ausência das novelas e a participação na série da Netflix, “Bom Dia, Verônica”. Segundo ela, não a chamaram mais para as atrações na TV aberta. “Acabei de fazer ‘Bom dia, Verônica’, uma série que estreia ainda em 2023. Não é uma novela, mas uma série de sucesso. Foi bem gostoso de fazer. Não sei se existe falta [em fazer novelas], acho que não gostam de mim, sei lá, não me querem, não me convidam”, confessou.
“Também a gente fica mais seletivo, trabalho em novela é bastante extenuante. Quando eu fazia muitas protagonistas, o personagem era muito central, com o tempo eles foram entendendo que atores ficavam doentes, não aguentavam fazer 30 cenas por dia. Hoje em dia, no máximo, tem 10. Antigamente, eram 35”, explicou.
Por fim, a artista criticou os bastidores e produção das novelas de antes, e apontou as melhorias feitas. “Aí chegava em casa, depois de ter trabalhado dez horas, e tinha que decorar para o dia seguinte. É um negócio louco, não tinha tempo nem para respirar, isso adoecia as pessoas”, descreveu.
“Eles foram criando núcleos de importância quase equivalentes ao personagem central. Hoje as novelas são bem divididas, para que os atores aguentem. Mas quando me chamarem e eu achar o personagem suficientemente bom para aguentar a maratona, eu vou”, encerrou a atriz, dando esperanças de voltar às telinhas.
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