Durante o PodPah deste domingo (14), Manoel Soares relembrou o passado. Na conversa, o apresentador do “Encontro” fez revelações sobre a sua juventude, contando que chegou a ser morador de rua em Porto Alegre – e como fazia para sobreviver nessa época.
De Salvador, Soares mudou para o Rio Grande do Sul em 1997 ao lado do irmão. Ele morou por lá até 2016. “Morei 20 anos lá. Por volta de 1999, o emprego que a gente (ele e o irmão) recebeu caiu, e a gente ficou sem nada… Meu irmão, que foi comigo, voltou“, recordou. “No desenrolo, eu virei morador de rua. Eu tinha 19, 20 anos“, continuou.
Em seguida, ele deu mais detalhes da situação aos apresentadores, Igor Cavalari (Igão) e Thiago Marques (Mítico). “Na zona norte de Porto Alegre tem um viaduto chamado Viaduto Obirici, e eu comecei a dormir ali. Eu deitava umas 23h, 5h da manhã os caminhões já começavam a roncar e você já levantava e dava uma ajeitada“, contou, revelando que viveu quatro meses assim.
Ao ser questionado, ele explicou que, de manhã, “ia bater perna“. “Tentar fazer a vida, né, negão? Você não vai ficar lá deitado, porque aí, né… Mas eu tinha um bagulho comigo, minha mãe sempre me disse: ‘Oh, negão, não é para meter a mão em nada de ninguém. Não usa droga, não vai traficar’“, ponderou.
O jornalista, então, falou sobre um dos trabalhos que conseguiu no período. Na conversa, ele utilizou erroneamente o gênero masculino ao se referir às travestis que trabalhavam na rua. “Na noite, você acaba descobrindo formas de se sustentar. Então, por exemplo, tinha uns (sic) travestis na rua da frente que eles (sic) não tinham ninguém que cuidava deles (sic). Os homofóbicos iam lá e tacavam pedra neles (sic) e tal. Eles (sic) me chamaram para, se alguém fizesse alguma coisa com eles (sic), era para eu correr atrás dos caras”, detalhou Soares. “Eu era segurança de travesti na noite. A gente está falando de um cara de 20 e poucos anos, negão, grandão, sem nenhuma malícia de vida“, ressaltou. Assista: