A atriz Esmé Bianco, mais conhecida por seu papel em “Game of Thrones”, e o cantor Marilyn Manson chegaram a um acordo após processo de agressão sexual contra ele e sua gravadora. Segundo informações do jornal The LA Times, a artista colocou um fim na disputa por querer “seguir com sua vida”.
O processo veio à tona em abril de 2021, quando Bianco registrou uma ação contra Brian Warner (nome verdadeiro do rockeiro) por estupro, agressão sexual e tráfico humano. Nesta terça-feira (24), a dupla chegou a um acordo extrajudicial, mas os detalhes não foram revelados pelas partes.
“A Srta. Bianco concordou em resolver suas reivindicações contra Brian Warner e Marilyn Manson Records, Inc. para seguir em frente com sua vida e carreira”, declarou o advogado de Bianco, Jay D. Ellwanger, em comunicado ao The Times. O advogado de Manson, Howard King, também confirmou o resultado do processo.
Bianco foi uma das mais de uma dúzia de mulheres a apresentar acusações de estupro e abuso sexual contra Manson, depois que a atriz Evan Rachel Wood revelou que havia sido abusada pelo músico, em fevereiro de 2021. Ela foi a primeira mulher a entrar com uma ação contra o artista. Junto com Wood, Esmé co-criou o Phoenix Act, ONG que busca ampliar os direitos dos sobreviventes de violência doméstica.
“O Sr. Warner usou drogas, força e ameaças para coagir atos sexuais da Sra. Bianco em várias ocasiões”, alegou o processo, que revelou que o estupro de Esmé teria acontecido por volta de maio de 2011.
A denúncia também afirmou que Manson a havia agredido sexualmente enquanto ela estava inconsciente e incapaz de consentir, além de detalhar outras maneiras das quais ele supostamente abusou dela. “Esses atos incluem espancar, morder, cortar e chicotear as nádegas, seios e órgãos genitais da Sra. Bianco para gratificação sexual do Sr. Warner – tudo sem o consentimento da vítima”, pontuou o documento obtido pelo jornal californiano.
A artista morava em Londres e, segundo ela, Manson a convenceu a se mudar para Los Angeles para estrelar um videoclipe dele que nunca foi lançado, além de atuar em um filme que, de fato, não foi produzido. “Ao se inserir no processo de visto da Sra. Bianco, o Sr. Warner conseguiu controlar a Sra. Bianco ameaçando retirar o apoio se ela o desagradasse”, declarou a defesa.
A atriz também afirmou que, em certo ponto, ele a trancou em um quarto para impedi-la de fugir. Bianco declarou, ainda, que Manson a fazia trabalhar de graça, fazendo comida para ele, limpando seu apartamento e cantando em um álbum – tudo o que violava as leis de tráfico do estado da Califórnia.
O cantor negou as acusações de abuso ao longo dos anos por meio de seu advogado, incluindo as do processo de Bianco, bem como as denúncias feitas pela ex-noiva, Evan Rachel Wood. “Essas alegações são comprovadamente falsas”, disse o advogado de Manson, em 2021. “Para ser claro, este processo só foi aberto depois que meu cliente se recusou a ser abalado pela Sra. Bianco e seu advogado e ceder às suas exigências financeiras ultrajantes. com base em uma conduta que simplesmente nunca ocorreu. Vamos contestar vigorosamente essas alegações no tribunal e estamos confiantes de que venceremos”, acrescentou.
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Bianco falou sobre suas reivindicações contra a Marilyn em um artigo da Rolling Stone, de 2021, que investigava as alegações contra o rockeiro. “As vítimas dele se sentiram completamente envergonhadas por não perceberem o que estava acontecendo com elas até que fosse tarde demais”, disse ela. “Ele disse ao mundo inteiro e ninguém tentou impedi-lo”, pontuou.
Com a repercussão das diversas denúncias contra o artista, Manson foi dispensado por sua gravadora e pela Creative Arts Agency. O acordo de terça-feira ocorreu semanas depois que um juiz rejeitou o processo federal de 2021 da modelo Ashley Morgan Smithline contra o cantor. No processo, aberto em junho de 2021, Smithline alegou que Manson a agrediu sexualmente “várias vezes” em 2010.