Matthew Perry: Promotores descrevem estado chocante que ator foi encontrado semanas antes da morte

O médico Salvador Plasencia teria administrado dose “cavalar” de cetamina ao ator, semanas antes de sua morte, deixando-o inerte

Novos detalhes sobre a morte de Matthew Perry foram revelados nesta quinta-feira (15) durante uma coletiva de imprensa com o procurador dos EUA, Martin Estrada. Segundo a investigação, o astro de “Friends” teve uma grave reação após receber uma “dose cavalar” de cetamina administrada por um médico duas semanas antes de seu falecimento.

Os promotores informaram que o Dr. Salvador Plasencia, preso ontem, visitou a residência de Perry cerca de duas semanas antes de sua morte, que ocorreu em 28 de outubro. Na ocasião, ele administrou uma alta dose de cetamina em Matthew, o que elevou sua pressão arterial e fez com que o ator ficasse “congelado”. O astro foi encontrado “inerte”.

Plasencia, assustado com a reação, alertou o assistente de Perry, Kenneth Iwamasa — também detido ontem — para evitar doses tão grandes no futuro.

No entanto, os promotores alegam que ambos continuaram a administrar a droga, que Perry usava para tratar depressão e ansiedade. A investigação revela que Iwamasa injetou cetamina em Perry cerca de 30 vezes antes da morte, e Plasencia chegou a encontrar Perry em um estacionamento de Long Beach para fornecer a substância.

Astro de “Friends” faleceu em outubro do ano passado (Foto: Reprodução/ Warner Bros)

À medida que o vício de Perry se agravava, ele procurava cada vez mais cetamina, indo desde traficantes de rua até fornecedores de elite. Plasencia expressou em mensagens de texto seu desejo de ser o “traficante fixo” de Perry e debochou: “Eu me pergunto quanto esse idiota vai pagar“.

As provas indicam que Perry desembolsou aproximadamente US$ 2 mil (cerca de R$ 10.900) por frascos de cetamina que custavam cerca de US$ 12 (R$ 65) cada. “Esses réus se preocupavam mais em lucrar com o Sr. Perry do que em seu bem-estar”, afirmou Estrada.

Entre setembro e outubro de 2023, Perry comprou 20 frascos de cetamina de Plasencia, totalizando US$ 55 mil (R$ 300 mil). Plasencia também teria ensinado Iwamasa a administrar a droga, mesmo sabendo que o vício de Perry estava fora de controle.

Médicos teriam trocado mensagem para enganar o ator a pagar mais caro na cetamina (Foto: Getty)

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Além de Iwamasa e Plasencia, Jasveen Sangha, conhecida como “Rainha da Cetamina”, e Erik Fleming, um conhecido de Perry, também foram presos. A investigação revela que os acusados tentaram encobrir suas ações, com Sangha instruindo outro suspeito a “apagar todas as mensagens”.

Fleming, que se declarou culpado de conspirar para distribuir drogas ilegalmente, enviou uma mensagem a Sangha acreditando que escapariam das autoridades. Na conversa, ele afirmou: “Por favor, me ligue… Tenho mais informações e quero trocar ideias com você. Tenho 90% de certeza de que todos estão protegidos. Nunca lidei com [Perry], apenas com seu assistente. Então o assistente foi o facilitador”.

As autoridades norte-americanas acreditam que Sangha administrou a dose final e fatal de cetamina a Perry. Na coletiva, foi anunciado que Plasencia e Sangha enfrentam acusações de conspiração para distribuição de cetamina, com Plasencia também respondendo por sete acusações de distribuição de cetamina e duas de falsificação de documentos.

Sangha ainda enfrenta acusações adicionais de manter instalações relacionadas a drogas, posse e distribuição de metanfetamina e cetamina. Fleming, Iwamasa e o médico Mark Chávez, também conectado com o caso, aceitaram acordos confessando conspiração para distribuição de cetamina, resultando em morte.

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