Mel Lisboa se tornou alvo de críticas nessa quarta-feira (1º), após expor prints de uma conversa entre ela e a professora de inglês da filha Clarice, de 7 anos. Na troca de mensagens, a atriz criticou a educadora por se dirigir exclusivamente às mães presentes no grupo, pedindo que essas auxiliassem as crianças com o material a ser usado durante a aula à distância.
“Bom dia, mamães. Por gentileza, peçam às meninas que deixem os cards card da página 189 destacados antes da aula. Obrigada”, dizia o recado da professora. “Porque só mamães? Papais também não podem ajudar?”, questionou a artista. “Claro que podem! É que nesse grupo quem normalmente fala comigo são as mamães. Por isso escrevi assim”, respondeu então a educadora.
Na sequência, Mel rebateu a justificativa, avisando que o pai de Clarice, seu marido Felipe Rosseno, fazia parte do grupo. “Seria interessante que você não se restringisse a se comunicar apenas com as mães, como se essas tarefas fossem uma obrigação apenas nossa. Acho que nós, como mulheres, não deveríamos continuar reproduzindo machismos que tanto afetam a sociedade como um todo. Só isso”, escreveu.
A professora pediu desculpas à atriz e reenviou a mensagem original, se dirigindo desta vez aos “pais e/ou responsáveis”. A estrela de “Coisa Mais Linda” enfatizou, por fim, que não era uma implicância pessoal e que apenas estava cansada de ver um machismo sistêmico em pleno 2020. Além dos prints, o post continha uma imagem que dizia: “É exaustivo”.
Mel Lisboa em uma demonstração de pura arrogância! Exaustivo é ser professor nesse nosso país ridículo que não valoriza quem leva o conhecimento até as pessoas, exaustivo é ter que aguentar isso! E ainda coloca nas redes socias como se fosse uma atitude bonita! Ah vai a merda! pic.twitter.com/RiZbW0gNwx
— Paola Kyui 🏳️🌈🇦🇹 (@kyui_paola) July 2, 2020
A exposição feita por Mel não foi bem vista por parte dos seguidores, causando grande repercussão. A artista acabou apagando o post e reconhecendo, nos Stories, que deveria ter falado com a professora em particular. “Excluí o post polêmico. Entendi que deveria ter me dirigido a ela no privado. Concordo. Pedi desculpas, tanto no grupo quanto no privado. Vivendo e aprendendo”, escreveu ela.
Mesmo após deletar a publicação e anunciar seu pedido de desculpas, Mel teve seu nome levado ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter. Muitos internautas entenderam a importância do assunto tratado pela atriz, mas lamentaram a forma como a mesma o abordou.
“A crítica que Mel Lisboa fez é importante? Sim. Era necessário expor? Não”, analisou a ativista Stephanie Ribeiro. “Mel Lisboa errou na maneira como se dirigiu à professora. Errou também ao expor a situação. Mas o debate é importante”, classificou a página “Quebrando o Tabu”. Confira mais reações abaixo:
https://twitter.com/RibSte/status/1278552311913209857?s=20
Sabe o que é triste no caso da Mel Lisboa? Ela tem razão até certo ponto. Concordo que a sociedade deve incluir o homem na criação do filho também, porém, a atitude dela ao abordar um assunto de forma tão vexatória e ainda expor isso, faz com que a causa perca a relevância.
— Vênus em Libra (@cristorebentou) July 2, 2020
Mel Lisboa errou na maneira como se dirigiu à professora. Errou tb ao expor a situação. Mas o debate é importante.
É triste ver que trocar fraldas, cortar unhas do filho, levar cortar o cabelo, levar no pediatra, acompanhar na escola ainda sejam coisas vistas como papel da mãe.
— Quebrando o Tabu (@QuebrandoOTabu) July 2, 2020
Essa história da Mel Lisboa é o clássico dos artistas militantes:
– pegam um problema minusculo e problematizam
– jogam nas redes sociais pra "lacrar"
– se dá certo, sai como "fadas sensatas"
– se dá errado, apagam, pedem desculpas e saem com "aprendizado"— h (@hugomcz) July 2, 2020
https://twitter.com/noreleifranzin/status/1278623905444438016?s=20
https://twitter.com/albernazh/status/1278550094867050497?s=20
Queria muito que quem tá defendendo a professora no caso da Mel Lisboa tivesse uma real preocupação com a carreira do professor. Defender na internet é fácil, mas qdo a gente faz greve ou reclama de salário, acha que amor basta e fica louco pra mandar o filho pra escola.
— Ivaníssima 🐝 (@ivanagferreira) July 1, 2020
A verdade é que ela tem razão. O que faltou foi educação e sensibilidade ao passar o recado. Conversar no particular em vez de expor a professora pro grupo inteiro seria uma ótima opção pra conscientizar quanto a necessidade da mudança no discurso.
— Mariana Ushli Poloni?? (@LePitanga) July 2, 2020