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Pedro Scooby dá relato ao vivo, e conta como conseguiu resgatar mulher e bebê com 12 dias de vida em enchente no RS; assista

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/CNN

Pedro Scooby e amigos surfistas foram ao Rio Grande do Sul, no início da semana, para ajudar nos resgates das vítimas das enchentes que assolam o estado. Hoje (9), em entrevista ao Globonews, o atleta compartilhou detalhes sobre o trabalho e chocou ao revelar o resgate de uma mãe e de um bebê recém-nascido.

Ao canal, Scooby revelou que, apesar dos esforços dos socorristas, alguns moradores da região não quiseram deixar suas residências, mesmo em meio ao aguaceiro. “Quem tinha pra ser resgatado, quase todo mundo já foi, pelo menos dessa área que a gente está atuando. Quem ainda está lá, é porque não quis ser resgatado”, começou ele.

“Nós batemos na porta e falamos: ‘Por favor, vamos sair daqui, cara. Pode piorar’. E tem gente que fala: ‘Não, não quero. Vou ficar aqui, vou pagar pra ver’. E teve muita gente que conseguimos convencer”, celebrou o surfista.

Na sequência, o atleta recordou um resgate impactante, de uma mãe ainda no puerpério. “Pra você ter noção, teve uma mãe que estava com 12 dias o bebê. Ela estava com a cesárea, não conseguia andar direito. A gente foi lá, conseguiu convencer, [falamos]: ‘Não, é melhor você sair daqui, você vai ser melhor atendida, se seu bebê passar por alguma coisa, não vai ter como sair daqui’. Eles estão sem luz, estão sem nada, sem água potável. Então a gente conseguiu convencer muita gente, foi um trabalho em grupo, de muita gente envolvida, já tinha gente aqui antes. Então fico feliz de ter feito parte disso”, declarou.

Ainda assim, Scooby lamentou a devastação da cidade e afirmou que o trabalho voluntário tem durado horas a fio. “Não sei nem como falar, na verdade. Parece que eu saí do planeta nos últimos dias. Eu estou entrando na água de manhã e saindo da água à noite. Cenas terríveis, piores que eu já vi na vida, que já vivenciei”, admitiu ele.

O surfista acrescentou que, ainda assim, tem sido muito gratificante poder ajudar as vítimas: “Muito triste tudo o que eu estou vendo aqui. Mas cada resgate que a gente faz, a alegria das famílias, acho que é o que mais está valendo a pena. É o mínimo que eu posso fazer. Se cada um fizer um pouco, se cada um fizer sua parte, a gente vai ter o mais rápido possível um lugar melhor para essas pessoas que perderam tudo aqui. Está terrível, está triste. Mas cada dia está sendo melhor. Hoje foi melhor que ontem, muitas pessoas resgatadas. (…) A gente resgatou muitos animais também”.

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