Notícia triste demais, que não gostaríamos de dar… Faleceu, nesta quinta-feira (12), o grande ator Tarcísio Meira, vítima de complicações da Covid-19. O artista de 85 anos estava internado desde o dia 6 de agosto no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde foi intubado na Unidade de Terapia Intensiva e chegou a fazer hemodiálise contínua.
A esposa de Tarcísio, Glória Menezes, também contraiu a doença, mas seu quadro evoluiu com menos gravidade. De acordo com boletim médico divulgado pelo hospital ainda ontem (11), a artista está se recuperando bem e recebe auxílio de oxigênio via nasal. Tanto ela como o marido tomaram a segunda dose da vacina contra o coronavírus ainda em março, na cidade de Porto Feliz, interior de São Paulo.
A morte após a vacinação com duas doses é considerado um “evento raro”, de acordo com especialistas, e não significa que a imunização não seja eficaz. Todos os imunizantes reduzem – e muito – o risco de infecção, hospitalização e morte, principalmente depois da segunda dose. Quanto menor for a circulação da doença, menor será o risco de uma fatalidade acontecer. Por isso, vale ressaltar a importância e necessidade da imunização para todas as pessoas o quanto antes! Só assim, o número de infectados e vítimas fatais diminuirá.
Relembre a carreira de Tarcísio Meira
Nascido em outubro de 1935, em São Paulo, Tarcísio começou a carreira no final da década de 50 no teatro com peças, como “Chá e Simpatia” e “Quando As Paredes Falam”. A estreia nas telinhas se deu em 1959 na TV Tupi. Em 1961, contracenou com Glória pela primeira vez, com quem se casou no ano seguinte. Juntos, viveram um dos amores mais lindos de se ver, e tiveram um único filho, Tarcísio Filho, em 1964.
Três anos mais tarde, Meira entrou para a TV Globo, canal em que cravou seu nome na história da dramaturgia. Foram vários os personagens e as tramas inesquecíveis, dentre as principais: “Irmãos Coragem” (1970), “Cavalo de Aço” (1973), “O Semideus” (1973), “Guerra dos Sexos” (1983), “O Tempo e o Vento” (1985), “Desejo” (1990), “Rei do Gado” (1996), “Torre de Babel” (1998), “Hilda Furacão” (1998), “A Muralha” (2000), “O Beijo do Vampiro” (2002), “Senhora do Destino” (2004), “Páginas da Vida” (2006), “A Favorita” (2008), “A Lei do Amor” (2016). Seu último trabalho na TV foi em 2018, em “Orgulho e Paixão”, novela das seis, como o Lorde Williamson.
No teatro, Tarcísio subiu aos palcos pela última vez, em 2019, para reencenar “O Camareiro”, peça que já havia estrelado em 2015, com direito a um prêmio Shell de “Melhor Ator”. Já no cinema, foram mais de 20 produções, entre elas “Amor Estranho Amor” (1982), “Boca de Ouro” (1990) e “A Idade da Pedra” (1981), último filme de Glauber Rocha que traz quatro personificações diferentes da imagem de Cristo – um negro, um indígena, um guerrilheiro e um militar, este interpretado pelo ator.
Desejamos muita força para Tarcísio Filho e para Glória, que ainda está hospitalizada, para os demais familiares e amigos. É uma partida artística das maiores da história do nosso país, e com certeza, uma despedida pessoal muito difícil. Muito amor, acalento e paz para vocês.