Abriu o coração! Neste fim de semana, Ramon Vitor explicou o motivo de seu sumiço das redes sociais. Diagnosticado com depressão, o tiktoker ficou afastado por mais de sete meses. Ramon relatou que sofreu abuso psicológico e foi agredido pelo próprio irmão, além de descobrir que seu pai pode não ser o seu genitor. O influenciador também mencionou situações tensas com alguns seguidores, com ameaças, e mostrou a situação que chegou a ficar sua casa.
“Não vou passar pano pra mais ninguém! Eu fui diagnosticado com depressão em fevereiro de 2023 e, mesmo fazendo tratamento, várias coisas aconteceram, fora a internet, que me fez chegar no fundo do poço de novo. Eu tenho um irmão mais velho, de 31 anos, que me chamou pra conversar enquanto eu estava mal. Basicamente ele fez um contrato dizendo que tudo que eu ganhei e o que vou ganhar pelo resto da vida, 25% eu tenho que dar pra ele”, contou.
Agressões e abuso psicológico
Quando se negou a assinar, segundo ele, o irmão se enfureceu e o agrediu. “Ele fez um jogo emocional comigo, falando que se eu o amo, precisava assinar. Como se não bastasse, ele falou da minha sexualidade, disse que era errado eu ser gay, que eu era a vergonha da família, que eu só não tinha achado a mulher certa e que eu ia para o inferno. Quando ele entendeu que eu não ia assinar, ele ficou alterado e veio pra cima me bater”, lembrou.
“Não é a primeira, nem a segunda e nem a terceira vez que isso acontece. Na primeira, ele bateu em mim e na minha irmã, ele me deu um mata-leão e me jogou no chão, se não fosse a minha irmã pra sair do carro rápido e empurrar ele, eu podia ter dado ‘bye bye’ aquele dia. Na segunda e na terceira vez, ele me acusou de roubo, uma coisa muito nada a ver. Como se não bastasse, no mesmo dia descobri que minha família inteira jurava de pé junto que eu só era gay porque eu tinha sido abusado na infância. Isso nunca aconteceu, eu sou assim porque nasci assim”, ressaltou.
Preconceito da família e descoberta sobre pai
De acordo com Ramon, o preconceito dos familiares também contribuiu para sua queda. “Quem é [gay] sabe que já é muito difícil o processo de se aceitar, querendo ou não vivemos em uma sociedade que tem muito preconceito. Eu fui dar o meu primeiro beijo com quase 21 anos, porque tinha medo de ser quem eu era. Fui falar que eu era gay quando saí de casa. E agora que finalmente isso não é mais um problema, que eu me aceito do jeito que sou, eu descubro que minha família acha isso”, lamentou.
Outro fator preponderante foi uma descoberta surpreendente sobre seu próprio pai: “Outra coisa que me abalou muito foi descobrir que meu pai talvez não seja meu pai. Ele teve alguns problemas de saúde, quase como se ele fosse ‘bater as botas’ e se sentisse na obrigação de me falar aquilo. Juntando o tipo sanguíneo do meu pai com o da minha mãe, o sangue dos meus irmãos batem, o meu não. A última coisa que uma pessoa com depressão quer é ter mais dúvidas na vida”.
“Eu definhei real, não conseguia mais cuidar de mim, minha casa virou o ‘lixão da mãe Lucinda’. Eu dormia com os ratos no chão, não tinha condições de postar aqui”, acrescentou.
Ameaças de seguidores, reclusão e síndrome do pânico
O influenciador também relatou que foi ameaçado por um seguidor que o pediu dinheiro, na porta de casa. “Tem muita gente que se importa, mas também tem gente sem noção. Seguidor vinha na minha casa pedir dinheiro. Quem que vai na casa dos outros pra pedir R$ 40 mil? Ele ainda me ameaçou quando viu que eu não ia dar. Eu comecei a ter medo de sair de casa e tive início de síndrome do pânico”, desabafou.
“Teve uma vez que eu estava podre em casa, não tinha comida, tirei forças pra ir no mercado. Consegui pegar as coisas e quando cheguei na porta pra sair, veio uma seguidora, super espontânea, e falou assim: ‘Meu Deus, você está muito acabado’. Aquilo acabou comigo. Depois daquele dia, não saí mais de casa, tinha medo até de abrir a janela. Aqui em casa, na Bahia, tem sol pra qualquer cabeça, e eu tive que fazer reposição de vitamina D”, detalhou, mostrando o estado que chegou a ficar sua casa.
O rapaz revelou, ainda, que uma “pessoa famosa da internet”, que era admirada por ele, falou de forma irônica sobre sua situação. “Outra coisa que me deixou péssimo foi ver um print de gente famosa da internet, que era uma pessoa que eu admirava muito, falando que ele estava feliz que eu estava com depressão, que aí sim ele poderia ser o número 1. Desde quando isso é uma competição? Não faz sentido! Eu estava tentando me manter vivo e tenho que ler essas coisas”, refletiu.
Mudança de vida
“Eu não sei como consegui sair dessa. Demorei três meses para conseguir deixar minha casa limpa, eu tinha vergonha do estado que eu tinha chegado. Por algum milagre, as coisas foram acontecendo. Terapia, psiquiatra, quase todo dia tomando remédio. Depois que minha cabeça começou a melhorar, comecei a cuidar mais do meu corpo, porque eu sabia que se voltasse do jeito que estava as pessoas iam falar de novo, do meu peso, da minha aparência, e aquilo poderia me deixar pior”, prosseguiu.
Ele ainda lembrou o momento em que decidiu se cuidar e vencer seus próprios limites: “Comecei a dieta, a fazer exercício físico, ir para a academia, tudo sozinho. Saí de de 104 para 80 quilos, em pouco mais de dois meses. Estou querendo focar na minha autoestima, pra poder me sentir bem, bonito. Até me vestir melhor estou tentando. A real é que eu quase morri, não era pra eu estar aqui. Não vou deixar ninguém falar besteira, criar teoria sobre mim, falando que sumi por conta de mídia. Teve fake news, de que eu teria [tirado minha própria vida]”.
“Minha terapeuta e meu psiquiatra pediram pra eu sair de casa, porque eu moro sozinho, em uma cidade pequena. Ficar aqui, sozinho com meus pensamentos, pode dar m*rda de novo. Se eu for pra São Paulo, ficar com um monte de influenciador, um bocado de gente falsa, que ninguém liga pra você, só pra número, prefiro ficar no mundão”, concluiu, revelando que pretende voltar com as publicações e decidiu passar o Natal na Lapônia, na Finlândia, para ver a Aurora Boreal de perto.
Assista ao relato na íntegra:
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