Nesta segunda-feira (7), Raul Gazolla se manifestou sobre a morte de Guilherme de Pádua. Gazolla era casado com Daniella Perez, filha da autora Gloria Perez, que foi assassinada por Guilherme com mais de 18 punhaladas, na década de 90. Na época do crime, Pádua e Daniella estavam em ascensão na carreira como o casal Bira e Yasmin, em de “De Corpo e Alma”, sucesso da TV Globo.
Para a Folha de São Paulo, Raul disse que “o planeta amanheceu melhor e o ar mais limpo”. “Até o bispo da igreja dele (Márcio Valadão) deu a notícia rindo. Devia ser um tormento para a igreja ter como pastor, um assassino com um ego tão grande quanto seu crime”, afirmou.
“Já foi tarde. Agora tem que acertar as contas com o invertido, o capiroto, o coisa ruim. Vamos seguir em frente e agradecer por estarmos em um mundo melhor hoje”, acrescentou o ator. O mineiro faleceu, subitamente, em sua casa, vítima de um infarto.
Em junho, durante entrevista ao podcast “Inteligência Limitada”, Raul já havia dito que ficaria feliz se Pádua e Paula Thomaz morressem. Paula, então esposa de Guilherme, também participou do assassinato. “Eu não tenho o menor interesse em matar eles dois, nenhum. Quero que eles vivam a vida deles da pior maneira possível. [Mas,] se morrerem, vou ficar feliz, não vou ficar triste”, disse.
Gazolla também contou que buscou ajuda terapêutica para superar a perda trágica da esposa: “Fui a muitas pessoas espiritualmente mais evoluídas do que eu, e chegava com uma única dúvida: por que não posso matar? Eles tinham um texto bom para me dizer, não me lembro qual é, mas na época eu acreditava. Hoje eu entendo: porque, quando você tira a vida de uma pessoa, mesmo que essa pessoa mereça, você ultrapassa uma barreira energética, invisível, que só você sabe que ultrapassou e não tem volta”.
“Eles nunca se arrependeram. Não acho, tenho certeza. Ele sempre levantou o nariz e falou assim: ‘aconteceu o que tinha que acontecer’. E ela se diz vítima, se diz inocente, quer tapar o sol com a peneira. O psicopata não tem sentimento. A diferença entre o psicopata e o esquizofrênico é que o psicopata não tem o menor pudor. Ele não sente nada. Eles são psicopatas, os dois. Ele é um psicopata perigoso, ela é fria, calculista”, descreveu. Confira:
A informação da morte de Guilherme foi confirmada pelo Pastor Márcio Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha, em uma live no Instagram, na noite deste domingo (6). “Pouco antes das 22h, recebi o telefonema de uma irmã falando de um dos nossos pastores que acabou de falecer. Pra mim foi um impacto muito grande, porque hoje de manhã, eu dirigi o culto e ele estava com a esposa no primeiro banco. Ele praticou aquele crime tão terrível com a Daniella Perez, foi preso, cumpriu a pena e se converteu. Ele tava dentro de casa, caiu e morreu. Morreu agora, agorinha!“, relatou Márcio.
“Ele já estava conosco há 15 anos, e o trabalho pastoral dele era justamente cuidar de outros ex-detentos“, detalhou o pastor. “A morte é um passo para a eternidade. Sobre a morte de Guilherme de Pádua, nosso lamento e nossa confiança em Deus“, escreveu Valadão. Assista:
Veja o momento em que o pastor Marcos Valadão informa sobre a morte de Guilherme de Pádua, assassino de Daniella Perez.
“Dentro de casa, caiu e morreu. Morreu agorinha. Acabou de morrer”, afirmou o religioso em uma live.
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— Metrópoles (@Metropoles) November 7, 2022
Guilherme foi preso no dia 31 de dezembro de 1992. O ator aguardou o julgamento na prisão, e foi condenado em janeiro de 1997 a 19 anos de prisão, por homicídio qualificado por motivo torpe. Em outubro de 1999, no entanto, recebeu a liberdade condicional e abandonou a carreira artística. Ele ficou seis anos e quatro meses preso. Desde a soltura, passou a levar uma vida longe dos holofotes e ingressou na Igreja Batista da Lagoinha, onde atuou como pastor.
O caso voltou a repercutir na mídia em julho deste ano após a estreia da série documental “Pacto Brutal – O assassinato de Daniella Perez”, no HBO Max. A produção se debruçou sobre o crime que chocou o Brasil, reconstituindo os fatos com base nos autos dos processos.