Nesta quinta-feira (30), Meghan Markle venceu o processo por difamação movido por sua meia-irmã, Samantha Markle. Segundo informações do The New York Post, Samantha pediu uma indenização de US$ 75 mil (aproximadamente R$ 469 mil), alegando que passou por “humilhação e ódio em escala nacional” depois que a duquesa disse que teria “crescido como filha única”.
O processo foi aberto em um tribunal federal na Flórida, nos EUA, no dia 8 de fevereiro deste ano. Nos documentos obtidos pelo jornal, Samantha afirmou que a irmã fez “declarações comprovadamente falsas e maliciosas” sobre ela para uma audiência mundial, referindo-se à entrevista bombástica de Meghan e do príncipe Harry com Oprah Winfrey, que foi ao ar em março de 2021.
Samantha alegou que a ex-atriz “orquestrou uma campanha para difamar e destruir a reputação e a credibilidade de sua irmã e de seu pai [Thomas Markle], a fim de preservar e promover a falsa narrativa de ‘ralé para a realeza’ que [Meghan] havia fabricado sobre sua vida para a Família Real e a mídia mundial”.
O advogado de acusação, Peter Ticktin, disse ao tribunal que Meghan foi “pega na mentira” sobre sua criação e então decidiu criticar a irmã e o pai para acobertar o erro. “Por que mais ela está rebaixando a irmã? Por que mais ela está rebaixando o pai? Por que mais ela está negando sua família, que não fez nada além de bom para ela durante toda a sua vida? Ela nunca teve nenhum problema com eles”, declarou Ticktin.
Além da entrevista com Oprah, Samantha citou que a duquesa a difamou ao ceder informações para uma biografia não autorizada de 2020, intitulada “Finding Freedom” (Encontrando Liberdade). “[Meghan] deturpou o relacionamento delas quando estavam crescendo, dando a impressão de que eram ‘estranhas’ e de que Samantha não tinha nenhum relacionamento com sua irmã”, acrescentou o advogado.
Ticktin concluiu que a “narrativa falsa” de Meghan prejudicou sua cliente. Por fim, Samantha requisitou que a duquesa se retratasse publicamente, retirando as acusações que fez contra a família real britânica. “A rainha Elizabeth não era racista e o rei Charles não é racista”, reforçou.
Defesa
O advogado Michael Kump, responsável pela defesa de Markle, argumentou que Samantha não tinha motivos para processar a duquesa de Sussex por difamação, já que as falas dela não seriam ofensivas.
“Nem toda alfinetada percebida deve ser litigada e essa é a verdade aqui. A autora está discordando das impressões de Meghan sobre sua própria infância, e isso não é um assunto apropriado para um tribunal”, pontuou.
Ele acrescentou que a ex-estrela de “Suits” tem o direito de expressar opiniões “e até criticar” sob a Primeira Emenda – lei na Constituição dos EUA que garante o direito à liberdade de expressão.
Sentença
A juíza distrital da Flórida, Charlene Edwards Honeywell, concordou com as considerações de Kump. Nesta quinta-feira, a magistrada rejeitou o processo da meia-irmã, afirmando que os comentários de Meghan eram opiniões e que, por esse motivo, “não podem ser provados como falsos”.
“Como um ouvinte razoável entenderia, a ré apenas expressa uma opinião sobre sua infância e seu relacionamento com seus meio-irmãos. Assim, o Tribunal considera que a declaração do réu não é objetivamente verificável ou sujeita a prova empírica. A Autora não pode refutar de forma plausível a opinião da Ré sobre sua própria infância”, sentenciou ela.
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