A nova biografia do príncipe Harry, “Spare“, será lançada no próximo dia 10, mas a obra já está causando furor na web. Em novo trecho divulgado nesta quinta (5), pelo Page Six, o caçula dos Windsor revelou que chegou a acreditar que a mãe, a princesa Diana, tivesse forjado a própria morte.
A tragédia ocorreu em 1997, quando o duque de Sussex tinha apenas 12 anos. No livro, ele recordou detalhes do acidente em Paris e admitiu que passou as décadas subsequentes tentando descobrir o que realmente aconteceu na noite fatídica. Harry apontou que ele e o irmão, William, estavam no Castelo de Balmoral, na Escócia, ao lado da rainha Elizabeth e do príncipe Philip, quando Diana morreu.
Crença no absurdo
Ao descobrir a notícia, o jovem então passou a suspeitar de que a tragédia não passava de uma “pegadinha” ou uma “farsa” para que a mãe pudesse escapar, de uma vez por todas, da perseguição implacável da imprensa. “Sem nada para fazer a não ser vagar pelo castelo e falar comigo mesmo, uma suspeita tomou conta, que então se tornou uma crença firme. Isso tudo foi um truque”, escreveu o pai de Archie.
Ele então explicou a “teoria” que criou para dar sentido à partida repentina de Lady Di. “Pela primeira vez o truque não estava sendo pregado pelas pessoas ao meu redor, ou pela imprensa, mas pela mamãe. Sua vida tinha sido miserável, ela foi perseguida, assediada, mentiram, mentiram para ela. Então ela encenou um acidente como uma distração e fugiu”, explicou Harry.
O rapaz acreditou tão cegamente na história que criou para si mesmo que, quando as professoras de escola pediram que ele escrevesse uma carta de despedida para a mãe, Harry se sentiu contrariado. “Tenho uma vaga lembrança de querer protestar que ela ainda estava viva, mas não o fiz, por medo de pensarem que eu estava louco”, confessou.
De embrulhar o estômago
Diana Spencer tinha 36 anos na época de sua morte. A tão adorada princesa foi vítima de um acidente de carro na Pont de l’Alma, em Paris, em 31 de agosto de 1997. Seu namorado, Dodi Al-Fayed, e o motorista do Mercedes-Benz W140, Henri Paul, foram declarados mortos no local. O único sobrevivente foi o guarda-costas de Diana, Trevor Rees-Jones.
Anos depois, Harry pediu a seu secretário de imprensa que revisasse os arquivos da polícia sobre o acidente de Diana, examinando as fotos detalhadamente para encontrar qualquer evidência que resolvesse o “mistério” em torno da tragédia. “Havia luzes ao seu redor, auras, quase auréolas (círculo luminoso que figura em imagens de anjos). Quando percebi sua verdadeira origem, meu estômago embrulhou. Flashes. Eram flashes [dos paparazzi]“, lamentou o príncipe.
Nas páginas, ele deixa claro que até hoje está furioso com os fotógrafos, que falharam em prestar socorro à sua mãe. “Eu não sabia, antes deste momento, que a última coisa que mamãe viu nesta terra foi um flash”, escreveu ele.
Investigação suspeita
A tragédia assombrou Harry por tanto tempo, que ele chegou a visitar o local do acidente, em uma tentativa de recriar os momentos finais de Diana. William estava em Paris no mesmo dia e os irmãos decidiram ver a Pont de l’Alma juntos. Quando ambos finalmente atravessaram o túnel, especialmente a lombada que supostamente fez o Mercedes de Diana perder o controle, Harry revelou que o obstáculo não foi “nada”.
“Mal sentimos. Sempre imaginei o túnel como uma passagem traiçoeira, inerentemente perigosa, mas era apenas um túnel curto, simples e sem frescuras. Não há razão para que alguém morra dentro dele”, acrescentou. “Depois, conversamos sobre o acidente, pela primeira vez. Conversamos sobre o inquérito recente. Uma piada, nós dois concordamos. O relatório final escrito foi um insulto. Fantástico, crivado de erros factuais básicos e lacunas lógicas escancaradas. Isso levantou mais perguntas do que respondeu”, desabafou o marido de Meghan Markle.
Foi então que os príncipes decidiram pedir a reabertura da investigação, mas segundo Harry, ambos foram “dissuadidos pelos poderes da firma”, ou seja, as autoridades por trás da família real britânica. Em outro trecho emocionante, o duque de Sussex relembra como ele “apressou” Diana a desligar o telefone na última vez que se falaram, já que ele estava ocupado brincando com seus primos. “Eu gostaria de ter procurado as palavras para descrever o quanto eu a amava. Eu não sabia que a busca levaria décadas”, refletiu Harry.