A pandemia da Covid-19 já atingiu milhões de pessoas pelo mundo todo — uma delas foi Salma Hayek. Em entrevista à revista “Variety”, a atriz revelou que quase morreu por conta do coronavírus no ano passado, ainda no início da pandemia. Mas os efeitos da doença duraram por um longo prazo… se é que já se foram completamente.
É a primeira vez que Hayek fala sobre o assunto, e ela mencionou que a situação foi muito crítica. “Meu médico implorou para que eu fosse para o hospital porque estava muito mal”, lembrou ela. Entretanto, a atriz preferiu ficar em casa. “Eu disse: ‘Não, obrigada. Eu prefiro morrer em casa'”, acrescentou. Mesmo em seu lar, Salma teve de usar máscara de oxigênio para poder respirar, e ficou sete semanas isolada em um quarto da residência. Mas a luta contra o vírus durou grande parte do ano passado.
Pouco depois, ela engatou nos trabalhos para o aguardado filme “House of Gucci”, de Ridley Scott – mas a estrela percebeu que não recuperou completamente a energia que já teve um dia. “Não era muito tempo. Foi fácil. Foi o trabalho perfeito para voltar à ativa. Eu comecei a fazer chamadas no Zoom em um momento, mas não conseguia fazer muitas, porque eu ficaria muito cansada”, recordou ela.
“Os Eternos”
Durante o papo, Salma ainda falou sobre estar na nova franquia da Marvel, “Os Eternos”. “Nunca passou pela minha mente que eu estaria em um filme da Marvel. Acho que eu pensava que minha chance já tinha passado, e foi um choque absoluto”, disse ela. “Para ser um herói de ação, sendo mexicana, sendo mulher e da minha idade, parecia que estavam me fazendo de boba. A pior parte era que eu fui uma das primeiras a ser escalada. Eu tive que ficar com a boca fechada por muitos meses. Não podia contar para uma alma sequer. Não podia esperar pelo dia que eu poderia contar”, recordou.
Sobre a diversidade no elenco do filme, dirigido por Chloé Zhao, Salma refletiu: “Eu acho que tem pessoas no poder [na Marvel] que queriam isso há muito tempo”. Ela, por sua vez, custou a acreditar. “Eu estava aterrorizada. Eles te dizem que você vai estar nesse filme, mas não podem te dar um roteiro, e você tem que assinar o contrato. Você tem que negociar e assinar o contrato, e não pode contar para ninguém”, comentou.
Relato de abuso por Harvey Weinstein
Salma ainda respondeu sobre o artigo que escreveu em 2017 para o “The New York Times”, no qual revelou ter sido vítima de um abuso sexual por parte de Harvey Weinstein. “Foi excruciante!”, admitiu ela sobre escrever o relato. “Foi muito difícil porque eu escolhi não ser uma vítima, mesmo que eu fosse uma vítima. Eu tive que me convencer de que eu era uma lutadora acima de tudo, uma sobrevivente. Quando tudo isso aconteceu com a história do Harvey, eu não sabia que isso tinha acontecido com tantas mulheres. Eu tive uma baita depressão por meses. Realmente precisou de um batalhão de mulheres para que me fizessem ver que eu era uma verdadeira sobrevivente, uma verdadeira lutadora”, mencionou.
A protagonista de “Frida” também contou o que contribuiu para tratar da depressão. “Eu acho que o apoio do meu marido ao longo da coisa toda foi muito importante. Embora ele estivesse chocado que eu não contei a ele os detalhes do que eu havia passado, e ele tenha se aborrecido por eu não lhe contar que estávamos ao redor [de Weinstein], meu marido foi incrível. Muitas pessoas ficaram chateadas comigo. Amigos ficaram chateados comigo que eu não contei o que realmente aconteceu. Então eu pensei, eu tenho que fazer isso. Mais tarde, muitas pessoas escreveram para mim. Muitos da indústria disseram: ‘Isso aconteceu comigo'”, relatou ela.