Shakira tem expressado sua força feminina nas composições que compilaram o seu álbum mais recente, Las Mujeres Ya No Lloran. Apesar disso, ela tem um ponto de vista controverso sobre este empoderamento. Em entrevista à Allure, publicada nesta segunda-feira (1º), a cantora abordou o assunto ao opinar sobre “Barbie” e admitir que seus próprios filhos não gostaram do filme. A artista ressaltou que concorda parcialmente com os herdeiros e refletiu a respeito da igualdade de gêneros.
A questão veio à tona após Shakira recordar de sua juventude e em como via este empoderamento nas telonas através da Mulher-Maravilha. “Acho que me senti atraída por ela porque ela tinha cabelos pretos como os meus, mas também porque ela era um símbolo de empoderamento e força em uma década em que as mulheres não desempenhavam os papéis mais importantes. Lembro que minha mãe parou de trabalhar em algum momento. Ela parou de usar minissaias e o comprimento das saias ficou mais longo porque meu pai mandou”, descreveu.
Não demorou para que a opinião da artista sobre como o feminismo é retratado em “Barbie” fosse considerada. Na declaração, ela entregou que tanto Milan, de 11 anos, quanto Sasha, de 9, não gostaram do longa. “Eu assisti, sim. Meus filhos odiaram completamente. Eles se sentiram castrados. E eu concordo, até certo ponto. Estou criando dois meninos. Quero que eles também se sintam poderosos [enquanto] respeitam as mulheres”, pontuou a colombiana.
“Gosto da cultura pop quando tenta empoderar as mulheres sem roubar aos homens a possibilidade de serem homens, de também protegerem e proverem. Acredito em dar às mulheres todas as ferramentas e a confiança de que podemos fazer tudo sem perder a nossa essência, sem perder a nossa feminilidade. Acho que os homens têm um propósito na sociedade e as mulheres também têm outro. Nós nos complementamos e esse complemento não deve ser perdido”, afirmou Shakira.
A entrevistadora Patrícia Alfonso Tortolani, então, quis entender as falas da cantora. “Só porque uma mulher pode fazer tudo, não significa que ela deveria?”, perguntou. “Por que não dividir a carga com pessoas que merecem carregá-la, que têm o dever de carregá-la também?”, retrucou a vencedora do Grammy Latino.
Novo álbum
Na entrevista, Shakira também pontuou qual era sua missão ao lançar o 12º álbum de estúdio. Como se sabe, o disco veio após um período delicado de sua vida pessoal. Ao longo das 16 faixas, a cantora faz uma série de desabafos sobre o fim de sua relação com Gerard Piqué, em junho de 2022, quando boatos de uma traição do jogador vieram à tona.
Desde então, a colombiana tem lançado músicas que abordam o caso, como “Te Felicito”, “Monotonía”, “Shakira: Bzrp Music Sessions, Vol. 53”, “Copa Vacía” e “Última“, composição final envolvendo Piqué. “Quero que esta música construa pontes, empodere as pessoas, ajude as mulheres a descobrirem os seus próprios pontos fortes”, esclareceu. “Eu estava na lama. Tive que me reconstruir, reunir todas as peças que haviam desmoronado”, completou.
“Fazer estas músicas me mostrou que minha dor pode ser transformada em criatividade. As músicas são cheias de anedotas e emoções muito intensas que experimentei nesses dois anos. Mas criar este álbum foi uma transformação na qual renasci como mulher. Eu me reconstruí da maneira que acredito ser apropriada. Ninguém me diz como chorar ou quando chorar, ninguém me diz como criar meus filhos, ninguém me diz como posso me tornar uma versão melhor de mim mesmo. Eu decido isso”, cravou a cantora.
Ela destacou, ainda, o significado desta nova fase. “A música representa a mulher recém-nascida. Depois de passar pela tempestade, você começa a se conectar com a mulher dentro de você, com essas necessidades femininas, seus desejos e suas paixões”, concluiu Shakira.
Ouça abaixo o novo álbum completo: