Nesta quarta (15), em entrevista ao jornal “O Globo“, Fábio Porchat contou detalhes sobre a decisão de não querer ter filhos, que afetou diretamente o seu relacionamento de oito anos com Nataly Mega. Os dois anunciaram a separação em janeiro. O apresentador explicou que a ex-companheira sempre quis ser mãe e deixou isso claro no começo da relação. Porém, para ele, foi um processo lento e doloroso entender que não queria ser pai.
“Desde o início [do relacionamento], ela falou: ‘Se não quiser ter filho, fale agora que a gente não fica mais junto’. Eu falava ‘vamos ter, vamos ter’. Até que a coisa começou a afunilar, ela fez 35 anos… Não posso ter filho por vias naturais (por causa da baixa contagem de esperma). Congelamos um embrião e, quando foi ficando perto de acontecer, eu só pensava: ‘Rapaz, não sei se quero isso para minha vida'”, desabafou Porchat.
Fábio relembrou uma conversa crucial que teve com um amigo, em que entendeu que não poderia ir contra o próprio desejo. Ele chegou a pensar em ter filhos, apenas para agradar a parceira. “Filho é irreversível, é uma coisa muito séria. Conversando com um amigo, eu disse: ‘Vou ter filho’ e ele respondeu: ‘Mas você não quer’. E eu: ‘Mas vou ter que ter’. E ele: ‘Como vai ter que ter? Se não quer, não tenha’. Fiquei com isso martelando na minha cabeça sem falar com Nataly. Entendo que foi um pouco injusto, mas eu precisava entender isso na minha cabeça primeiro”, recordou.
Foi então que o apresentador decidiu começar a fazer terapia para compreender suas questões internas. “Queria entender se era só medo, que todo mundo tem, né? Aí, lá pra novembro, dezembro, a Nataly disse: ‘Você tá esquisito, estranho’. Eu respondi: “Não quero ter filho”. Aí, tivemos uma crise de choro. E chegamos nesse impasse”, pontuou.
Segundo o ator, as pessoas em seu entorno o pressionavam para viver a paternidade – algo pelo qual ele nunca buscou: “Todo mundo sempre cobra, porque é meio a ordem natural da coisas. Muita gente disse: ‘Mas você seria um pai ótimo’. Não tenho dúvida, mas não tenho interesse. E aí, falavam: ‘Você diz isso agora, já já vai querer’. Eu respondia: ‘Vocês não estão entendendo… Eu não quero'”.
“Não quero minha vida mudando. Tem muita coisa egoísta nessa decisão de não querer dividir meu tempo, a responsabilidade de ter outra vida mais importante que a minha. Mas o ponto crucial é eu chegar em casa e pensar: ‘ainda bem que não tenho filho'”, acrescentou.
O humorista ressaltou que apesar da escolha, tem dois sobrinhos pequenos, com os quais tem uma relação incrível. “Tenho dois sobrinhos, um afilhado, a quem sou muito apegado. Ele fica comigo, dorme lá em casa, a gente só come porcaria, dorme tarde, é uma delícia. É quando me sinto mais feliz. Mas quando o devolvo para a minha irmã… Que sonho!”, descontraiu.
No início de janeiro, Fábio anunciou o rompimento com Nataly nas redes sociais. Sobre o momento delicado, ele refletiu: “Separar é ruim sempre. Gostando da pessoa é ainda esquisito. Mas eu pensava que, se não queria ter filhos, precisava fazer isso rápido porque ela mesma falou: ‘Até eu encontrar alguém de quem eu goste…'”.
“Eu poderia ter pedido a Nataly mais dois anos, mas pensava: ‘E se no final desses dois anos eu continuasse não querendo [ser pai]? Terei tirado dois anos preciosos de uma mulher que eu amo’. Então, é esse lugar de seguir a vida, né?”, complementou, afirmando ainda que seus pais e amigos ficaram tristes com o término. “Eles gostam muito da Nataly, todo mundo ligou pra ela”, disse.
Futuro profissional
Questionado se mantém uma boa relação com a ex, Fábio respondeu: “Sim, temos até trabalho juntos”. O comediante referiu-se ao filme “Evidências”, comédia romântica inspirada na clássica canção de Chitãozinho e Xororó, idealizada e dirigida por Pedro Antonio, e escrita pelo próprio Porchat, que também é o protagonista. A produção faz parte da produtora Framboesa, de Nataly e estreia no mês que vem em São Paulo. A história gira em torno de um homem preso ao passado, incapaz de seguir a vida adiante porque, sempre que ouve a canção, é tomado por lembranças.
Para além de trabalhos no cinema brasileiro, o artista também está confirmado na TV da Europa. Ainda neste semestre, ele estreia no “Só como e bebo, por acaso trabalho”, um talk show no canal português RTP que mistura conversa e gastronomia. “Começou na viagem que fiz para fazer o programa (inspirado na obra) do Saramago. A roteirista amou essa frase que falei e acabou virando essa ideia. Convido pessoas que têm a ver com temas que a gente escolhe para o programa: amor, religião, morte, memória”, contou sobre a atração.
“Converso com quatro pessoas, anônimos e gente conhecida. Fafá de Belém e Yamandu Costa participaram. Mas a maioria é de portugueses. O programa nem estreou ainda e já tem uma segunda temporada encomendada”, comemorou ele, dando mais detalhes sobre o novo talk show.
Porchat ainda comentou sobre a nova temporada do “Que História é Essa, Porchat?”, que estreou na terça-feira (14) com Simaria, Andréia Sadi e Fernanda Paes Leme. Ele celebrou o momento, destacando que sempre sonhou em apresentar o programa no atual formato.
“Estreei o programa em 2019 do jeito que eu queria. Em 2020, veio a pandemia e ele teve que ser virtual. Depois, sem plateia. Em seguida, com o público de máscara e sem que eu pudesse me aproximar. Agora, é como se fosse a segunda temporada fazendo como sempre sonhei: me embrenhando no meio da plateia. Fizemos programas especiais, como o especial de 60 anos da Xuxa, com a Sasha, Junno, Carol Dieckmann, além de um especial LGBTQIA+”, revelou.