Imagens das câmeras de segurança do prédio onde Victor Meyniel foi espancado pelo estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre, mostraram o momento em que o porteiro Gilmar José Agostini levantou o ator do chão. As gravações foram obtidas pela Polícia Militar e publicadas pelo g1 nesta quarta-feira (6). O caso aconteceu no dia 2 de setembro em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Em entrevista, Meyniel contou que Gilmar apenas o “tirou da passagem” e que não fez nada para ajudá-lo. “O porteiro ficou olhando Yuri me espancar e não ajudou. Ele até abriu o portão para ele passar e ir à academia. Sozinho, tentei me levantar e chamar a polícia. Até perguntei por que o porteiro não quis me ajudar. Enquanto estava caído, quase desacordado, o porteiro segurou a minha mão e me arrastou porque eu estava atrapalhando a passagem“, relatou ao jornal O Globo.
O funcionário, por outro lado, afirmou que prestou suporte e ligou para o síndico, que foi o responsável por acionar os policiais. Ele foi autuado por omissão de socorro.
No registro inédito, o porteiro permanece sentado e toma café enquanto o ator está ferido. Dois minutos após o fim das agressões, ele ajuda Victor a se levantar e, poucos segundos depois, retorna para o seu lugar. De acordo com o horário das imagens, Yuri começou as agressões às 8h24m18s. Às 8h24m55s o estudante para de desferir os golpes e sai da portaria. O momento em que Gilmar ergue o artista foi registrado às 8h26m34s. Assista:
Vídeo mostra porteiro levantando Victor Meyniel após agressões pic.twitter.com/tcwCgb3CrQ
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) September 6, 2023
Segundo a delegada Débora Rodrigues, titular da 12ª DP (Copacabana), Gilmar tinha o “dever” de pedir socorro para a vítima. “Ele viu tudo e não fez nada. Ele não precisava se meter na briga, claro, pela integridade física dele, mas ele tinha o dever de pedir socorro”, disse.
A polícia também ouviu o síndico Marcos de Carvalho Abrantes, que defendeu o funcionário e o chamou de “simplório”. “Ele descreve o porteiro como uma pessoa simplória, que tem medo das coisas, que é diabético e cuida do irmão que está internado, por isso o declarante acredita que o porteiro não interveio”, afirmou em um trecho do depoimento.
Yuri de Moura foi preso em flagrante e levado para a Delegacia de Copacabana. Ele responderá por lesão corporal, injúria por preconceito e falsidade ideológica por ter se identificado como médico militar. “Ele falou que bateu mesmo, não se arrependia e se achava no direito, que ele era médico e militar da aeronáutica. Nós já investigamos, ele parece ser residente, ele não é médico ainda, e faz uma residência. Mas a gente não confirmou se seria no hospital da aeronáutica. Agora, militar ele não é”, declarou a delegada. Os investigadores ainda apontaram que Yuri tem outra passagem pela polícia, também pelo crime de injúria.
O caso
O ator conheceu o estudante na boate Fosfobox, também na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ao sair da casa noturna, eles foram para o apartamento de Yuri. Ao g1, Meyniel disse que o comportamento do rapaz mudou depois que uma amiga de Moura chegou à residência.
O ato violento foi flagrado pelas câmeras de segurança do prédio e divulgado pela defesa da vítima. O agressor aparece dando socos no artista, que está caído no chão. O influenciador tenta se defender dos golpes, tapando o rosto. Para o “RJTV”, da Globo, Victor relatou o que aconteceu antes do espancamento.
“Estava tudo tranquilo. A gente estava no sofá e não rolou nada além de beijo. A chegada da amiga dele virou uma chave que eu não tinha entendido o que estava acontecendo”, contou ele. “E, chateado, eu perguntei: ‘O que aconteceu? Por que você mudou de atitude de repente? A gente estava ficando de boa no seu sofá. Você não é assumido?’”, questionou. Depois disso, vieram as agressões. “Pedia desesperadamente para ele parar”, confessou. Assista:
AGORA; Victor Meyniel falou com o RJ2 da Globo sobre as agressões que sofreu no hotel no Rio. #RJ2 #RJTV
https://t.co/GRfUN3JtqP— Brenno (@brenno__moura) September 4, 2023