O ex-BBB Nego Di teria fraudado uma rifa virtual que tinha como prêmio um Porsche, segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul. O órgão relatou o caso nas denúncias contra o humorista por estelionato, lavagem de dinheiro, promoção de rifas e uso de documento falso, nesta quinta-feira (5). Sua esposa, Gabriela Sousa, também foi denunciada por lavagem de dinheiro.
A suposta ganhadora do carro, avaliado em mais de R$ 500 mil, não existe, como apontou o promotor Flávio Duarte. “Ele fraudou a rifa para obter valores, induzir as pessoas a adquirirem os bilhetes em erro, obteve valores ilícitos em decorrência disso, não entregou o prêmio e, mais do que isso, ainda simulou a entrega ou a tentativa de entrega para uma pessoa que não existe“, afirmou.
O influenciador teria transferido o veículo para terceiros e adquirido o próprio número sorteado. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele aparece tentando ligar para a suposta sorteada, que não atende. Entretanto, internautas notaram que o celular do influenciador mostra que a “vencedora” já aparecia em dez cartões de contato, ou seja, o número foi encaminhado dez vezes em outras conversas.
O MP afirma que a pessoa é um personagem inventado para dar credibilidade à história. Ainda de acordo com o órgão, Nego Di também valoriza as tentativas de contato com a suposta premiada. No registro, ele fala que outras instituições que promovem sorteios “só dão o número e a pessoa que corra atrás“.
As advogadas Tatiana Borsa e Camila Kersch, representantes de Nego Di, divulgaram uma nota em defesa do influenciador.
Leia a íntegra:
“A defesa de Nego Di, Dilson Alves da Silva Neto e sua companheira afirma que provará a inocência dos representados munida de provas que comprovam a licitude de seus bens, a realização de parte da doação por troca de cachê de publicidade e movimentação financeira lícita. Seus bens apreendidos foram adquiridos de forma lícita, comprovando que sua renda é compatível com seu patrimônio.
Ainda, em que pese o requerimento por parte do Ministério Público de alienação antecipada dos bens, tal decisão foi suspensa a pedido da Defesa.
Tatiana Borsa e Camila Kersch”.
A denúncia do Ministério Público afirma que Nego Di usou de sua popularidade para dar credibilidade às promoções do site “Tadizuera”, que oferecia preços abaixo dos valores de mercado. Segundo a Justiça, ele é acusado de praticar 17 vezes crimes de estelionato qualificado pela fraude eletrônica. Um sócio do influenciador também foi acusado pelo MP.
Nego Di foi preso no dia 14 de julho, na praia de Jurerê Internacional, em ação que apura um suposto esquema de produtos vendidos que não teriam sido entregues por uma loja virtual.