O cantor Dan Reynolds pode não ser a primeira pessoa que vem à cabeça quando a gente pensa em apoiadores da causa LGBT — em geral, quem mais levanta essa bandeira na indústria da música são as divas pop, né? –, mas o vocalista da banda Imagine Dragons tem se destacado cada vez mais por ser uma voz para a comunidade. E em uma linda entrevista à revista britânica Gay Times, Dan falou mais sobre sua relação com o movimento.
Criado em uma família mórmon em Las Vegas, ele conta que a religião foi um problema para ele já muito cedo. “Um dos meus melhores amigos na escola era gay e mórmon, e aquela foi a primeira vez em que eu me vi frente a um conflito com a minha religião”, diz. “Com 12 anos de idade eu tive de encarar o conflito que era, ‘bom, eu tenho um amigo que é gay e ele é talvez a melhor pessoa que eu conheço, então isso não faz sentido’. Aquela foi a primeira vez que eu questionei ‘a vontade de Deus’ e não senti como se Ele se alinhasse ao que o meu coração me dizia, que é que o amor do meu amigo é tão válido quanto o meu”.
Para ele, a maior questão está naquele discurso comum, propagado por várias religiões, de que o problema não é ser gay, mas sim agir como tal. “A única opção que estão dando à juventude LGBT é uma vida de celibato. E eles sabem que, baseado em inúmeros estudos, isso causa danos e leva a taxas mais altas de depressão, ansiedade e suicídio para essas pessoas”, afirma o cantor. “Então realmente não existe um espaço seguro para a juventude LGBT… e foi aí que percebi que tenho uma plataforma e todo um privilégio que me foi dado, mas o que eu vou fazer com isso? Estou usando essa plataforma? Ou só vivendo uma vida de privilégios”, questiona.
Segundo Dan, ele sabia desde o início que abraçar de vez essa causa poderia fazê-lo perder alguns fãs ou até mesmo ser criticado pelo movimento — afinal, ele é um homem branco e hétero tentando falar por pessoas LGBT. “Nossa cultura não vai avançar se as pessoas que têm privilégios não usarem suas vozes e plataformas para dar luz aos que foram estigmatizados”, explica. Com frequência, ele aparece envolto na bandeira do arco-íris em shows do Imagine Dragons, o que já fez com que ele recebesse cartas de pais que não deixariam seus filhos assistirem aos shows da banda com medo de que isso “os transformasse em gays”, conta.
E apesar das reclamações e xingamentos, ele pretende seguir firme em sua luta a favor da comunidade LGBT. “Acredito que existam pessoas muito religiosas que são boas e querem ser amáveis, mas não sabem como alinhar isso com o que lhes foi ensinado a vida toda. Se eles sentassem e ouvissem com compaixão uma criança LGBT contar sua história, eu sei que eles se emocionariam o suficiente para mudar a maneira como olham para elas”, diz o cantor. “Trata-se de unir todo mundo para entender as diferenças e criar mudança, porque, no fim do dia, isso é sobre nossa juventude LGBT e abaixar as taxas de suicídio. Precisamos parar essa culpa religiosa de matar nossos jovens, ponto final. E todos deveriam concordar com isso”. Uau! Que homemmm, né?!
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