[Alerta de Spoiler]! “Renaissance: A Film by Beyoncé” teve sua estreia internacional neste sábado (25), no Samuel Goldwyn Theatre, em Beverly Hills, e já rendeu as primeiras críticas. A produção de quase três horas traz bastidores inéditos da turnê mais recente da cantora, além de momentos privados com sua família. Eles incluem uma cirurgia feita por Beyoncé dias antes do início dos shows, ataques à Blue Ivy, o reencontro das Destiny’s Child e muito mais!
De início, a artista já fala sobre sentir-se realizada com o lançamento do álbum “Renaissance“, que trouxe voz não apenas à comunidade negra, mas também à LGBTQIAP+. O resultado deste impacto é visto nas 39 cidades nas quais Beyoncé se apresentou neste último ano.
“O maior crescimento na minha arte veio da superação do fracasso, do conflito e do trauma. Mas quero que a próxima fase da minha vida venha de paz e alegria. Eu sou quem sou, e você me aceita ou não. É um lugar muito lindo para se estar como mulher. É o melhor momento da minha vida. Achei que era aos 30 [anos], mas não, está melhorando. A vida está melhorando. Passei grande parte da minha vida para agradar as pessoas em geral e, finalmente, não dou a mínima”, declara ela, segundo a Variety.
Cirurgia no joelho
O veículo relata, ainda, que Beyoncé passou por uma cirurgia no joelho um mês antes de dar início à turnê, devido a um acidente de palco ocorrido há quase duas décadas. A reabilitação foi algo contínuo, mas até os ensaios precisaram ser modificados. “Normalmente só ensaio de salto, mas por causa do joelho ainda não cheguei tão longe. Está doendo muito, mas a melhor coisa a fazer é simplesmente voltar a montar no cavalo”, compara Bey, se referindo ao grande símbolo do seu último álbum: o cavalo prateado.
A mãe dela, Tina Knowles, expressou sua preocupação com a filha neste processo. “Fiquei absolutamente apavorada, porque ela teve que se recuperar muito rapidamente. Ela ensaiou com aquele joelho [machucado], saiu em turnê com aquele joelho. Então eu sempre tive medo de que ela machucasse novamente, mas ela sempre foi como um soldado”, disse Tina.
Críticas à Blue Ivy
A produção também abriu espaço para a participação de Blue Ivy nas apresentações, com a música “My Power”. Em certo trecho, foi revelado que a herdeira de 11 anos faria apenas uma aparição durante toda a temporada. Entretanto, ao se deparar com algumas críticas na internet, empenhou-se ainda mais nos ensaios para entregar um bom resultado. “Ela me disse que estava pronta para se apresentar e eu disse não”, comenta a artista.
De acordo com a Variety, Beyoncé ficou preocupada com a exposição de Blue, e hesitante em lhe dar a oportunidade sem ter que “trabalhar duro”. “As críticas apenas alimentaram ainda mais sua ambição, e Beyoncé detalha o crescimento que viu à medida que a turnê avançava. Testemunhamos isso por meio de clipes costurados que mostram que a determinação pode estar presente na família Knowles”, destacou o site.
O New York Times, por sua vez, entregou qual foi a reação da vencedora do Grammy ao desempenho da filha. “Embora ela finalmente tenha cedido, Beyoncé ficou consternada quando Blue Ivy leu comentários nas redes sociais que criticavam seus movimentos ‘sem brilho’. Mas sua mãe ficou emocionada porque, em vez de desistir, ela decidiu trabalhar e treinar ainda mais”, afirma a publicação.
“Em um filme onde todos tratam Beyoncé como uma chefe ou uma deusa, Blue Ivy é uma presença divertida e irreverente. Para esta menina de 11 anos, Beyoncé é apenas uma mãe”, opinou o jornalista Kyle Buchanan em seu artigo.
Reencontro das Destiny’s Child
Elas são sobreviventes de uma era de sucesso! O reencontro das Destiny’s Child foi outro ponto que marcou o “Renaissance: A Film by Beyoncé”, durante a passagem de Bey por Houston, no Texas, sua cidade natal. Além de Kelly Rowland e Michelle Williams, que lideraram o grupo ao lado de Queen B, LeToya Luckett e LaTavia Roberson, membros da formação original, também marcaram presença.
A reunião aconteceu nos bastidores do show e permanece nas telas por poucos minutos. “Foi como um novo nascimento para nós e muita cura”, confessou a cantora. Outras participações especiais que marcaram as performances foram as de Megan Thee Stallion, Kendrick Lamar, Diana Ross, DJ Khaled, Kevin JZ Prodigy, TS Madison, Kevin Aviance e Big Freedia.
Redução da setlist
A visão da “Renaissance World Tour” nos cinemas inclui quase todas as músicas performadas, e muitas das apresentações são montagens de diferentes shows. Para ser exibido nas telonas, o setlist precisou ser reduzido. Para os fãs que estavam ansiosos para ver o ato de abertura, grande parte dele ficou de fora. Uma boa notícia é que o trio “Thique”, “All Up in Your Mind” e “Drunk in Love” ainda será exibido.
Frustração e dificuldades
Conforme o NYT, o descontentamento de Beyoncé em determinados momentos é nítido, especialmente após um planejamento de quatro anos da turnê. “Nós assistimos Beyoncé tomar as decisões sobre tudo, desde a iluminação até a decoração do cenário e a orquestração, às vezes ficando frustrada porque suas observações não são ouvidas. Comunicando-se como mulher negra, tudo é uma briga. Eventualmente, eles percebem que ela não vai desistir”, opinou o veículo.
Como qualquer produção é passível de erros, o filme não se preocupou em escondê-los dos telespectadores. “Durante o show de Phoenix, por exemplo, o som é cortado no meio de ‘Alien Superstar’. A câmera segue Beyoncé nos bastidores para espiar a equipe lutando para fazer as coisas darem certo e fazer com que Beyoncé troque de figurino para dar ao público uma emoção extra quando ela retornar”, informou o The Hollywood Reporter.
O desgaste da cantora ao longo dos shows também é exibido nas telas. Em um trecho do filme, inclusive, ela alega que trabalhou 44 dias seguidos, sem folgas, e por isso precisava que sua equipe a enxergasse como um ser humano. “Beyoncé afirma que está cansada de ‘agradar as pessoas’. Desde criança, ela diz que luta pelo estrelato, mas agora que está no topo do mundo e é hora de recalibrar: ‘Não tenho nada a provar a ninguém neste momento'”, recordou o NYT.
A diretora e roteirista, Ava Duvernay, que esteve na première, listou as ocasiões em que a artista precisou se impor. “Minha parte favorita foi um trecho que me emocionou tanto que senti como se ela estivesse falando por mim. Ela fala abertamente sobre ter que lutar para ser ouvida como uma líder negra que trabalha em um alto nível de dificuldade”, salientou. Duvernay acrescentou como isso ainda é presente. “Vemos momentos disso acontecendo com ela diante das câmeras. Pessoas duvidando diretamente dela, a tratando de forma injusta, a intimidando”, pontuou.
“Renaissance: A Film by Beyoncé” chega aos cinemas nacionais no dia 21 de dezembro. Assista ao trailer:
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