Netflix é criticada por adicionar “Titanic” a catálogo após tragédia de submarino, e fontes explicam motivo da decisão

O romance de James Cameron está previsto para chegar ao catálogo dos Estados Unidos e Canadá no dia 1º de julho

Em meio às notícias da morte de cinco pessoas em um submersível que implodiu durante expedição ao Titanic, o romance de James Cameron sobre o transatlântico chegará ao catálogo da Netflix no dia 1º de julho, nos Estados Unidos e Canadá. A novidade, no entanto, não agradou o público, que acusou a plataforma de aproveitar o episódio trágico para “atrair espectadores”. Com a repercussão negativa, fontes familiarizadas com o acordo revelaram à Variety, nesta segunda (26), o que provavelmente está por trás da decisão.

A chegada de “Titanic” ao catálogo do streaming dias após a tragédia com o Titan é uma “coincidência”, revelaram as testemunhas ao portal. Isso porque, segundo as mesmas, os acordos de licenciamento do streamer são resolvidos com bastante antecedência.

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Se a estreia da produção protagonizada por Kate Winslet e Leonardo DiCaprio está marcada para 1º de julho, significa que o acordo de licenciamento aconteceu há alguns meses, antes mesmo do submersível desaparecer no dia 18 de junho, confirmaram as fontes.

“O diabo trabalha muito, mas a Netflix trabalha mais”, escreveu um usuário.

“Nós realmente chegamos ao fundo”, lamentou outro.

Em outra publicação sobre o assunto, um terceiro escreveu: “A Netflix está ultrapassando os limites da decência neste momento. Pessoas morreram em um trágico acidente no local do Titanic e agora capitalizar o momento para atrair espectadores é mais do que desagradável”. 

No Brasil, o documentário de James Cameron, “Fantasmas do Abismo”, está há dias no top 10 da plataforma. Lançada em 2003, a produção acompanha o cineasta em sua investigação sobre os escombros do Titanic junto a uma equipe especializada. Nesta terça (27), o longa ocupa o 6º lugar do ranking.

Após a confirmação da implosão, o diretor revelou à CNN que já sabia o destino fatal dos passageiros um dia após o desaparecimento. Ele também comparou a situação em que os tripulantes estavam expostos ao naufrágio do Titanic. “Acho que houve uma grande ironia, quase surreal, aqui, que é o Titanic ter afundado porque o capitão o levou a todo vapor para um iceberg, em uma noite sem lua, com visibilidade muito ruim depois de ter sido repetidamente avisado por telegrama e rádio durante o dia, que era o que tinha pela frente. Então, acho que também estamos vendo um paralelo aqui com avisos ignorados sobre um submarino que não foi certificado”, disse. Leia mais aqui.

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O acidente

No dia 18, o submersível “Titan”, da OceanGate, desapareceu no Oceano Atlântico em expedição aos destroços do Titanic. Na semana passada, a empresa confirmou a implosão do veículo e a morte das cinco pessoas que estavam a bordo: o bilionário Shahzada Dawood e seu filho de 19 anos, Suleman Dawood, o empresário britânico Hamish Harding, o ex-mergulhador da marinha francesa e renomado explorador Paul-Henry Nargeolet, além do CEO da OceanGate, Stockton Rush. 

De acordo com a BBC, o passeio para visitar os destroços do navio, que ficam a cerca de 3.800 metros abaixo da superfície do oceano, custava cerca de US$ 250 mil dólares por pessoa (o equivalente a R$ 1,2 milhão), e tinha duração de oito horas, contando descida e subida. Relembre o caso aqui e aqui.

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