Em meio às notícias da morte de cinco pessoas em um submersível que implodiu durante expedição ao Titanic, o romance de James Cameron sobre o transatlântico chegará ao catálogo da Netflix no dia 1º de julho, nos Estados Unidos e Canadá. A novidade, no entanto, não agradou o público, que acusou a plataforma de aproveitar o episódio trágico para “atrair espectadores”. Com a repercussão negativa, fontes familiarizadas com o acordo revelaram à Variety, nesta segunda (26), o que provavelmente está por trás da decisão.
A chegada de “Titanic” ao catálogo do streaming dias após a tragédia com o Titan é uma “coincidência”, revelaram as testemunhas ao portal. Isso porque, segundo as mesmas, os acordos de licenciamento do streamer são resolvidos com bastante antecedência.
‘Titanic’ will be added back to Netflix on July 1. pic.twitter.com/rlf1ZJwRbH
— Pop Crave (@PopCrave) June 24, 2023
Se a estreia da produção protagonizada por Kate Winslet e Leonardo DiCaprio está marcada para 1º de julho, significa que o acordo de licenciamento aconteceu há alguns meses, antes mesmo do submersível desaparecer no dia 18 de junho, confirmaram as fontes.
“O diabo trabalha muito, mas a Netflix trabalha mais”, escreveu um usuário.
the devil works hard but netflix works harder
— viviana (fan) (@repmiIas) June 24, 2023
“Nós realmente chegamos ao fundo”, lamentou outro.
we’ve really hit the bottom… 🫠
— Pablo (@ohohlonelyboy) June 24, 2023
Em outra publicação sobre o assunto, um terceiro escreveu: “A Netflix está ultrapassando os limites da decência neste momento. Pessoas morreram em um trágico acidente no local do Titanic e agora capitalizar o momento para atrair espectadores é mais do que desagradável”.
Netflix is overstepping the boundaries of decency on this timing. People died in a tragic accident a6 the Titanic site and now to capitalize on the moment to garner viewers is beyond distasteful. https://t.co/tBL9NDLxLv
— Wanda Walters (@BombayCat02) June 25, 2023
No Brasil, o documentário de James Cameron, “Fantasmas do Abismo”, está há dias no top 10 da plataforma. Lançada em 2003, a produção acompanha o cineasta em sua investigação sobre os escombros do Titanic junto a uma equipe especializada. Nesta terça (27), o longa ocupa o 6º lugar do ranking.
Após a confirmação da implosão, o diretor revelou à CNN que já sabia o destino fatal dos passageiros um dia após o desaparecimento. Ele também comparou a situação em que os tripulantes estavam expostos ao naufrágio do Titanic. “Acho que houve uma grande ironia, quase surreal, aqui, que é o Titanic ter afundado porque o capitão o levou a todo vapor para um iceberg, em uma noite sem lua, com visibilidade muito ruim depois de ter sido repetidamente avisado por telegrama e rádio durante o dia, que era o que tinha pela frente. Então, acho que também estamos vendo um paralelo aqui com avisos ignorados sobre um submarino que não foi certificado”, disse. Leia mais aqui.
O acidente
No dia 18, o submersível “Titan”, da OceanGate, desapareceu no Oceano Atlântico em expedição aos destroços do Titanic. Na semana passada, a empresa confirmou a implosão do veículo e a morte das cinco pessoas que estavam a bordo: o bilionário Shahzada Dawood e seu filho de 19 anos, Suleman Dawood, o empresário britânico Hamish Harding, o ex-mergulhador da marinha francesa e renomado explorador Paul-Henry Nargeolet, além do CEO da OceanGate, Stockton Rush.
De acordo com a BBC, o passeio para visitar os destroços do navio, que ficam a cerca de 3.800 metros abaixo da superfície do oceano, custava cerca de US$ 250 mil dólares por pessoa (o equivalente a R$ 1,2 milhão), e tinha duração de oito horas, contando descida e subida. Relembre o caso aqui e aqui.