Um preso condenado à pena de morte no Oklahoma, Estados Unidos, deverá ser morto sem saber da própria execução. Benjamin Cole, de 57 anos, foi acusado de assassinar a própria filha, Brianna, de apenas nove meses, em 2002. Ele está com a sua execução programada para esta quinta-feira (20), às 12h. Os advogados do réu entraram com uma ação alegando que ele não está ciente da punição, mas nesta quarta-feira (19) a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou o indulto.
O criminoso foi condenado em 2004 por tirar a vida do seu bebê, dobrando o seu corpo tão para trás que a sua coluna quebrou. O intuito dele era que a criança fizesse silêncio e, assim, ele pudesse voltar a jogar videogame. Segundo a defesa dele, Cole sofre de “uma doença mental debilitante”. O relatório dos advogados ainda alega que ele foi diagnosticado de “esquizofrenia do tipo paranoica e danos cerebrais”.
De acordo com o Daily Star, a lei dos EUA afirma que aqueles considerados incompetentes não podem ser executados. Por isso, a defesa de Benjamin buscou a possibilidade de uma audiência de competência, o que levaria um júri decidir se o acusado está capacitado ou não para ser executado. “O reconhecimento dos tribunais estaduais de que os especialistas chegaram a opiniões conflitantes sobre a competência de Ben Cole deveria ser tudo o que eles precisavam para ordenar uma audiência de competência completa”, disse a advogada Emma Rolls.
No entanto, o Tribunal Distrital de Oklahoma informou que Cole está mentalmente apto, que ele apenas tem um distúrbio de personalidade e é manipulador. O diretor da Penitenciária do estado, Jim Farris, se recusou a iniciar uma audiência de competência e mencionou a avaliação do médico estadual Dr. Scott Orth como fator para a decisão.
O juiz distrital do condado de Pittsburg, Mike Hogan, também discordou com dos argumentos da defesa e negou o pedido de julgamento de competência, apesar de concordar que os relatórios de especialistas sobre o estado mental de Cole são “conflitantes”. Hogan ainda contou o que o réu afirmou durante o exame: “Você está perguntando se eu vejo homenzinhos verdes correndo no chão que voam em uma nave espacial para Vênus e procuram os monstros roxos? Não, eu não vejo coisas. Eu nunca vi”.
Segundo a Agence France-Presse, a defesa acredita que a justificativa usada pela Justiça é “implausível”. “O fato dele poder ter uma longa conversa (…) contradiz os relatos dos guardas, equipe médica e outros que não conseguiram ter interações significativas com Cole nos últimos anos”, declarou Rolls.