A polícia italiana investiga o caso de uma brasileira transexual de 36 anos que morreu após cair da sacada do prédio em que morava na cidade de Rimini, na Itália, na semana passada. Segundo testemunhas, o corpo de Bruna Cancio dos Santos foi encontrado seminu e com ferimentos nos braços na calçada da rua Cariggi. A família da mulher acredita em assassinato.
Beatriz Doria, sobrinha de Bruna, contou ao jornal O Globo que os vizinhos viram uma movimentação no apartamento da vítima. “Ao que tudo indica, foi um homicídio. Havia sangue, vidros quebrados, marcas nos braços dela que indicam luta corporal, mas eles [investigadores] estão vendo todas as possibilidades. A gente está esperando o laudo para saber ao certo se ela foi jogada lá de cima, se ela já caiu sem vida”, relatou a jovem, acrescentando que a família está “arrasada” e “esperando justiça”.
Bruna havia se mudado na esperança de auxiliar os parentes com melhores condições financeiras. Beatriz explicou que a tia nunca deixou de mandar notícias. “Ela sempre tentou dar uma vida melhor para a nossa família, conseguiu dar, mas infelizmente aconteceu isso. Ela sempre foi incrível, muito amada por todo mundo. Era o nosso grande amor, o nosso orgulho”, lamentou a sobrinha.
Desde então, os familiares têm tentado contato com a prefeitura de Marituba e do consulado para entender os trâmites legais e trazer o corpo para o Brasil. “Todos estão ajudando como podem, mas a gente precisa de uma resposta da Itália [sobre o que aconteceu]. Isso não pode ficar assim”, concluiu.
A imprensa local afirma que as autoridades ainda não descartaram nenhuma possibilidade, entre elas homicídio, suicídio e queda acidental. Contudo, depoimentos contraditórios podem dificultar o entendimento do caso. Enquanto algumas pessoas relatam que havia uma segunda pessoa na sacada na hora da queda, outros contatos dizem que ela estava sozinha. Os agentes recolheram imagens de câmeras de segurança para analisar se alguém deixou o edifício após a morte da brasileira.
Segundo o “Quotidian Post”, o corpo de Bruna passou por uma necropsia e um exame toxicológico, mas os resultados não foram divulgados. De acordo com a Ansa, foram encontrados pedaços de vidros quebrados no apartamento, aparentemente de uma janela, além de cortes nos braços da mulher.
O caso aconteceu apenas um dia depois de outra brasileira trans ser agredida por policiais em Milão. Na ocasião, três agentes lançaram gás de pimenta na mulher, a chutaram e bateram em suas costelas e na cabeça com um cassetete.