A Organização Miss Universo rompeu com a franquia da Indonésia, após uma série de denúncias de assédio sexual. Segundo a France-Presse, sete finalistas apresentaram acusações contra os organizadores do concurso, que teriam insistido em um exame corporal invasivo dias antes da competição. A decisão foi confirmada neste final de semana, através de publicação nas contas oficiais da entidade.
“À luz do que descobrimos que ocorreu no Miss Universo Indonésia, está claro que essa franquia não atendeu aos padrões, à ética, ou às expectativas da nossa marca. Proporcionar um lugar seguro para as mulheres é a maior prioridade da Organização Miss Universo, e os eventos neste concurso em particular são opostos a tudo o que defendemos como organização”, iniciou o comunicado.
Por este motivo, eles decidiram encerrar a relação com a franquia na Indonésia, PT Capella Swastika Karya, e sua diretora nacional, Poppy Capella. “Também estamos avaliando nosso contrato de franquia atual, bem como nossas políticas e procedimentos para evitar que esse tipo de conduta ocorra e para garantir que eventos futuros em todo o mundo permaneçam dentro dos padrões de marca que estabelecemos para todas as nossas franquias internacionais”, continua a nota.
Os organizadores também lamentaram pelas modelos envolvidas no caso, mas agradeceram a coragem de expor os abusos. “Para as mulheres que se apresentaram no concurso da Indonésia – lamentamos que esta tenha sido sua experiência com nossa organização. Agradecemos sua coragem em se manifestar e nos comprometemos a fazer melhor no futuro”, concluíram. O evento ocorreu em Jacarta, de 29 de julho a 3 de agosto.
A franquia da Indonésia ainda detém a licença do Miss Universo Malásia, que também foi cancelado. Apesar das denúncias, a vencedora do concurso terá a chance de disputar a coroa do Miss Universo deste ano, que acontecerá em El Salvador, no dia 18 de novembro.
— Miss Universe (@MissUniverse) August 12, 2023
A advogada das concorrentes, Mellisa Anggraini, afirmou que os organizadores pediram às 30 finalistas que se despissem para a realização de um exame físico antes da cerimônia de coroação. O objetivo, segundo eles, era verificar se havia cicatriz, celulite ou tatuagem em seus corpos. Cinco delas ainda teriam sido fotografadas. “As finalistas não sabiam que seriam submetidas a tal procedimento”, explicou a advogada.
Na semana passada, um porta-voz da polícia de Jacarta, Trunoyudo Wisnu Andiko, confirmou a informação. “As denúncias serão investigadas e podem servir como base para investigações mais abrangentes”, disse.
Poppy Capella, diretora nacional do Miss Universo Indonésia, falou sobre o imbróglio em suas redes sociais, negando seu envolvimento no caso. Ela afirmou, ainda, que é contra “qualquer forma de violência, ou assédio sexual” e agradeceu a manifestação do público. “Seus comentários não são meras palavras: são uma força poderosa”, escreveu.