Nesta segunda-feira (24), a promotoria do condado de Delaware anunciou a prisão de David Zandstra, de 83 anos, pelo assassinato de Gretchen Harrington. Na época, em 1975, o pastor presidiu o funeral da menina. Agora, ele foi acusado de ser o autor do sequestro seguido de morte. O idoso foi preso na Geórgia pela Polícia Estadual da Pensilvânia e confessou o crime. As informações são da BBC.
Gretchen Harrington tinha 8 anos quando desapareceu no subúrbio de Marple Township, na Filadélfia, enquanto participava de um acampamento bíblico de verão. Zandstra era pastor da Trinity Christian Reformed Church, onde o evento era realizado. Segundo as autoridades, foi ele quem reportou o desaparecimento da menina à polícia. Os restos mortais foram encontrados dois meses depois, em um bosque.
“Ele é o pior pesadelo de todos os pais. Ele matou esta pobre menina de oito anos que ele conhecia e que confiava nele. E, depois, agiu como se fosse amigo da família, não só durante o enterro dela e no período depois disso, mas por anos”, disse o promotor distrital do condado em entrevista coletiva.
Eugene Tray, o policial estadual a quem Zandstra confessou o crime, afirmou que o idoso parecia “aliviado” com a descoberta. “Não sei se ele está arrependido do que fez, mas com certeza tirou um peso dos ombros”, apontou.
Em janeiro deste ano, uma mulher que não teve o nome divulgado, disse aos investigadores que acreditava que o pai de sua melhor amiga era o culpado. Durante o depoimento, ela contou que costumava dormir na casa deles e, aos 10 anos, acordou com o pastor a “apalpando”. Ela também mostrou o seu diário daquele mesmo ano, onde escreveu suas suspeitas sobre o idoso: “Acho que pode ser ele quem sequestrou Gretchen. Acho que foi o Sr. Z”.
O pastor era amigo da família, participou das operações de busca e até presidiu seu funeral, de acordo com fontes da rede CBS News. Durante as investigações, as autoridades concluíram que Zandstra convidou Gretchen para entrar em seu carro quando ela saiu da vista do pai, que a observava de casa. Uma testemunha também relatou ter visto a menina conversando com o motorista de um automóvel semelhante à caminhonete verde de Zandstra. Quando foi interrogado, no entanto, ele negou ter se encontrado com a menina naquele dia.
No ano passado, o interesse no caso já havia sido renovado após o lançamento do livro chamado “Marple’s Gretchen Harrington Tragedy: Kidnapping, Murder and Innocence Lost in Suburban Philadelphia” (Sequestro, Assassinato e Inocência Perdida no Subúrbio da Filadélfia, em tradução livre). A autora Joanna Falcone Sullivan acredita que a obra tenha revelado novas pistas sobre o caso.
“Ele parecia que não se lembrava de tudo o que aconteceu naquela manhã. Sua esposa se lembrava bem melhor. Nós meio que atribuímos isso à idade. A história afetou muito a comunidade. Este crime ainda aparece nos grupos de bairro no Facebook”, contou ela à BBC.
Após a prisão, a família da menina celebrou que agora esteja “um passo mais perto da justiça”. “Se você conhecesse Gretchen, você virava instantaneamente amigo dela. Ela exalava bondade para todos, era doce e gentil. Mesmo agora, quando as pessoas compartilham suas memórias dela, a primeira coisa que falam é o quão incrível ela era e ainda é… com apenas 8 anos, ela teve um impacto permanente nas pessoas ao seu redor”, diz um trecho do comunicado.