Hugo Gloss

Caso Madeleine McCann: Advogado de Christian Brueckner dá detalhes sobre comportamento do suspeito e critica promotoria alemã: “Não é um monstro psicopata”

Christian Brückner, suspeito pelo desaparecimento de Madeleine McCann. (Fotos: Reprodução)

Há cerca de um mês, o desaparecimento de Madeleine McCann ganhou uma reviravolta e um novo suspeito foi revelado: Christian Brueckner. Nesta quinta-feira (2), em meio às investigações, a defesa do alemão alegou que ele “não é monstro psicopata”, e que os acusadores “não teriam provas” suficientes.

De acordo com o Daily Mail, o advogado de Brueckner, Friedrich Fulscher, tentou defender que seu cliente seria uma pessoa “amigável”. “Na minha experiência com ele, o vejo como um interlocutor muito calmo e amigável, e a atmosfera entre nós sempre foi muito agradável”, alegou.

O advogado ainda criticou a promotoria alemã, que vem cuidando do caso. “A promotoria parece ter disparado contra o nosso cliente e agora está tentando corrigir a falta de evidências por qualquer meio possível”, declarou. Fulscher também revelou que Brueckner ainda não se manifestou sobre o caso. “E ele tem o direito de permanecer em silêncio”, opinou a defesa do suspeito.

Segundo o advogado de Christian Brueckner, seu cliente seria “amigável”. (Foto: Reprodução)

A promotoria alemã afirmou por diversas vezes que tem “provas concretas” que Madeleine – que desapareceu em 2007, na região da Praia da Luz, em Portugal – teria sido morta. Há algumas semanas, o órgão, inclusive, teria enviado uma carta para os pais da garotinha, tratando dessa informação com eles.

No entanto, o advogado de Brueckner já reclamou que os promotores não teriam compartilhado com ele o arquivo do caso, para indicar quais seriam tais provas contra o alemão. Acredita-se que o suspeito tenha se conectado à rede de celulares próxima ao hotel no qual Maddie foi vista pela última vez.

Fulscher, por sua vez, critica o fato de não se saber o alcance do sinal da rede na época, nem se seu cliente teria tido uma suposta conversa com alguma pessoa desconhecida.

Christian Brueckner estaria na região em que Madeleine foi vista pela última vez. (Foto: Reprodução)

Atualmente, Christian Brueckner cumpre pena por tráfico de drogas na cidade de Kiel, na Alemanha. Em paralelo a isso, ele recorre à sentença de sete anos por um caso do estupro que aconteceu 18 meses antes de Madeleine ser abduzida, no mesmo resort em que a família da garotinha britânica se hospedava na ocasião do sumiço. De acordo com o Daily Mail, advogados teriam pedido que ele fosse solto após cumprir dois terços da pena. Contudo, os promotores temem que ele possa fugir do país, caso isso aconteça.

Na semana passada, o advogado Serafim Vieira, que já representou o alemão no julgamento de um outro crime, revelou que existem grandes chances de Brueckner ter sido o responsável pelo sumiço de Maddie. Segundo ele, durante uma das audiências, Christian assumiu que tinha um passado pedófilo, tendo cumprido uma pena de 18 meses na prisão por um ataque sexual contra um adolescente de 17 anos. Saiba mais detalhes, clicando aqui.

Relembre o caso de Madeleine McCann

A pequena Madeleine McCann desapareceu aos três anos de idade, enquanto passava as férias com a família na Praia da Luz, em Portugal. Ela completaria quatro anos em 10 dias. A menina estava com os irmãos gêmeos Sean e Amelie, então com dois anos, no quarto de hotel. Seus pais, Kate e Gerry McCann, tinham saído para jantar com amigos em um restaurante próximo, dentro do complexo turístico, deixando as crianças desacompanhadas. Assim que eles voltaram, descobriram que Madeleine tinha sumido.

De acordo com o G1, os próprios pais de Madeleine foram considerados suspeitos pela polícia portuguesa, após a descoberta de vestígios biológicos da menina em seus objetos pessoais, e em um automóvel alugado após o desaparecimento. A suspeita era de que Kate e Gerry tivessem ocultado o corpo da filha, após ela ter morrido acidentalmente. Porém, a Justiça portuguesa largou esta linha de investigação quando as análises das amostras que os incriminavam, realizadas no Reino Unido, foram consideradas inconclusivas. Outro suspeito foi o britânico-português Robert Murat, que morava perto do hotel.

Kate e Gerry McCann em 2007. (Foto: Reprodução/YouTube)

O caso é um grande mistério até hoje, que desperta o interesse do público; Madeleine já foi avistada cerca de 9 mil vezes, em mais de 100 países — todas as pistas eram falsas. Na Netflix, está disponível o documentário “O Desaparecimento de Madeleine McCann”, com entrevistas dos principais envolvidos na história.

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