Caso Madeleine McCann: Principal suspeito divulga carta escrita na prisão e fala sobre acusações

O alemão Christian Brueckner escreveu que a polícia está “tentando criar um monstro” ao apontá-lo como suspeito do caso

O caso de Madeleine McCann, desaparecida desde 2007, ganhou mais um desdobramento. Christian Brueckner, apontado pela polícia como o principal suspeito de ter assassinado a menina de apenas três anos, escreveu várias cartas na prisão com o intuito de provar a sua inocência. O alemão de 45 anos está detido desde 2018, após ser condenado pelo estupro de uma mulher de 72 anos. Além disso, ele também é investigado por outros casos de abusos sexuais envolvendo crianças.

Na carta divulgada pelo Daily Mail, Christian afirmou que não tem qualquer relação com o sumiço da garota durante as férias que ela passava junto com a família em Portugal. “Você não consegue imaginar como é quando o mundo inteiro acredita que você é um assassino de crianças, mas você não é”, disse ele em um trecho.

“Me foi dito há muito tempo que a procuradoria estava encerrando o caso de Maddie porque não há a mínima evidência. Nunca vai haver um julgamento”, continuou o homem. Para ele, a polícia quer “construir uma imagem” dele como o culpado do crime. “Eles têm muitos materiais que confirmam minha inocência. Mas estão tentando criar um monstro para divertir e fazer as pessoas pensarem que eu sou o cara certo”, declarou.

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De acordo com Christian, ele tem travado uma batalha psicológica com a polícia alemã. “A tortura que estou passou é a melhor evidência que tenho (de sua inocência). Tenho quase certeza que outra pessoa na minha situação, diante de toda pressão, os insultos e o tratamento, já teria assumido o crime há muito tempo. Mas não eu. Sou duro como velhas botas”, escreveu ele.

O jornal britânico informou que esta é apenas uma das cartas escritas pelo suspeito para tentar convencer o mundo de que ele não teve envolvimento com o caso. Ela teria sido escrita poucos dias antes da última busca por vestígios de Madeleine por autoridades portuguesas, que aconteceu na semana passada. Segundo o Correio da Manhã, a operação foi realizada a cerca de 50 quilômetros da Praia da Luz, em Algarve, onde a criança desapareceu.

No total, esta carta escrita por Christian conta com quatro páginas de texto. Ela ainda termina com um desenho feito por ele, que mostra pétalas de uma flor sendo rasgada com os dizeres: “Culpado. Não Culpado”. A grafóloga (profissional especializada em analisar caligrafia) Tracey Trussell examinou a letra dos escritos feitos pelo suspeito nos últimos dois anos. Segundo ela, o alemão está “distorcido, iludido” e que suas “visões fantásticas são constantes, imutáveis”.

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A profissional falou que as cartas mostraram alguém que queria “comandar e controlar”. Ela também acrescentou que o “longo golpe final na letra S reclinada simboliza alguém que sofre com sentimentos de culpa”. Em alguns casos, este símbolo é visto onde uma morte violenta ocorreu perto do escritor, e eles estão tentando chegar a um acordo com isso”, acrescentou.

“Qualquer que seja a verdade, há uma necessidade de alimentar continuamente seu ego, e seu objetivo final é obter algum tipo de reconhecimento antes de concluir que ele estava com um ‘pavio curto'”, explicou Tracey.

Caso Madeleine McCann

Madeleine McCann tinha 3 anos em maio de 2007 quando desapareceu em Algarve, Portugal. Na noite que sumiu, os pais da criança estavam jantando com amigos e tinham deixado Madeleine e os outros dois filhos no quarto do hotel. No entanto, ao retornarem, a menina não se encontrava no local. O caso ganhou destaque mundial e nunca foi solucionado. Em 2012, a polícia de Londres revisou o caso após uma ordem de David Cameron, então primeiro-ministro, e as autoridades disseram que Madeleine poderia estar viva.

Madeleine McCann desapareceu em 2007 (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Madeleine McCann desapareceu em 2007 (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

No entanto, em 2020, o foco da investigação se concentrou em Christian Brueckner. O homem viveu em Portugal entre 1995 e 2007, possui antecedentes criminais, incluindo condenações por abuso sexual de crianças, e cumpre pena por estupro de uma idosa de 72 anos. As autoridades alemãs estão convencidas da morte da criança e querem acusar Christian.

Recentemente, Julie Faustyna, uma polonesa de 21 anos, alegou ser a menina inglesa desaparecida, mas a polícia descartou a possibilidade. Julie viralizou nas redes sociais ao começar uma campanha para provar que era Madeleine. “As ações realizadas pelos policiais até o momento contradizem a versão apresentada pela jovem. As atividades ainda estão em andamento, mas já é possível descartar que essa versão seja verdadeira“, declarou o porta-voz da polícia.

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