Promotores em Utah, nos Estados Unidos, divulgaram nesta terça-feira (16) uma conversa em que Tyler Robinson confessa ter matado Charlie Kirk. As mensagens foram trocadas com seu colega de quarto após a tragédia ocorrida na última quarta (10), sendo ele também apontado como parceiro romântico do suspeito.
Robinson compareceu a uma audiência online nesta terça-feira (16). Durante toda a sessão, Tyler manteve o olhar fixo à frente e optou por falar apenas para confirmar seu nome. Ele vestia um colete sem mangas, projetado para impedir que tirasse a própria vida, e foi formalmente acusado de homicídio qualificado. A promotoria informou que ele pode ser condenado à pena de morte.
Conforme os documentos obtidos pelo TMZ, Robinson enviou uma mensagem de texto ao amigo, pedindo que procurasse um bilhete embaixo de um teclado. “Tive a oportunidade de matar Charlie Kirk e vou aproveitá-la”, teria escrito o rapaz de 22 anos.
Depois de ler o bilhete, o colega de quarto mandou uma mensagem para Robinson: “Você não foi quem fez isso, certo?”, perguntou. “Sou eu, me desculpe”, respondeu o suspeito.
Nas mensagens divulgadas pela promotoria, ele dá mais detalhes do que ocorreu após o assassinato de Kirk. “Estou bem, meu amor, mas vou ficar preso em Orem por mais algum tempo. Não deve demorar muito para eu poder voltar para casa, mas ainda preciso pegar meu fuzil. Para ser sincero, esperava manter isso em segredo até morrer de velhice. Sinto muito por te envolver nisso”, afirmou.

Robinson ainda explicou que a polícia prendeu um “cara maluco” e interrogou alguém que estava com roupas parecidas com as suas. “Eu tinha planejado pegar meu fuzil no ponto de entrega logo depois, mas a maior parte daquele lado da cidade foi bloqueada. Está tudo tranquilo, quase o suficiente para sair, mas há um veículo parado [por perto]“, detalhou na conversa.
Questionado sobre o motivo do crime, o suspeito respondeu: “Eu já estava farto desse ódio. Algumas formas de ódio não podem ser negociadas. Se eu conseguir pegar meu fuzil sem ser visto, não deixarei nenhuma evidência. Vou tentar recuperá-lo novamente, espero que eles [policiais] já tenham ido embora. Não vi nada sobre eles terem encontrado o fuzil”.
“Há quanto tempo você tem planejado isso?”, quis saber o colega de Tyler. “Acredito que há pouco mais de uma semana. Posso chegar perto, mas há um carro da polícia estacionado bem ao lado. Acho que eles já vasculharam aquele local, mas não quero arriscar”, declarou, possivelmente referindo-se à tentativa de recuperar a arma.
Em outro texto, Robinson apontou uma preocupação: “Gostaria de ter voltado atrás e pegado a arma assim que cheguei ao meu veículo. Estou preocupado com o que meu pai faria se eu não levasse o fuzil do meu avô. Não sei se tinha um número de série, mas não seria possível rastrear até mim. Estou preocupado com as impressões digitais, tive que deixá-la em um arbusto onde troquei de roupa”, descreveu.
“Não tinha como nem tempo para levá-lo comigo. Talvez eu tenha que abandoná-lo e torcer para que não encontrem minhas impressões digitais. Como diabos vou explicar para meu pai que o perdi? A única coisa que deixei para trás foi o fuzil enrolado em uma toalha”, completou o suspeito.


Foi então que o rapaz mencionou as frases gravadas nos projéteis, que surpreenderam os agentes do caso. “Lembra quando eu estava gravando as balas? As mensagens de merda são, em sua maioria, um grande meme. Se eu vir ‘avisos inflados’ na Fox News, posso ter um derrame. Tudo bem, vou deixar isso pra lá, isso é realmente uma merda”, soltou.
Em seguida, Tyler contou que seu pai queria ver uma foto do fuzil, principalmente por tratar-se de um modelo único. A preocupação surgiu após a polícia divulgar uma imagem da arma. De imediato, ele aconselhou o companheiro a excluir toda a conversa.
Ao final, Tyler ainda avisou que se entregaria à polícia e deixou instruções para o companheiro de quarto: “Vou me entregar voluntariamente. Um dos meus vizinhos aqui é xerife. Você é tudo com o que me preocupo, amor. Não fale com a mídia, por favor. Não dê entrevistas nem faça comentários. Se algum policial lhe fizer perguntas, peça um advogado e fique em silêncio”, alertou.
O amigo de Tyler Robinson não chegou a contatar as autoridades. No entanto, após a prisão do suspeito, os agentes informaram que ele “cooperou totalmente” com as investigações.
