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Uma mulher de 32 anos, grávida de 35 semanas, procurou o hospital para um exame de rotina e recebeu um diagnóstico extremamente raro. O caso, ocorrido na Índia, revelou uma condição surpreendente: apesar de todos os outros ultrassons apresentarem resultados normais, os médicos descobriram que o bebê que ela esperava, um menino, tinha dois fetos dentro de seu corpo.
Esse fenômeno é conhecido como “feto dentro do feto” (FIF) e é tão raro que existem apenas cerca de 200 registros na literatura médica, mas não há indícios claros de outros caso com dois fetos. De acordo com o jornal O Globo, os especialistas observaram que, no abdômen do bebê, havia “uma estrutura adicional contendo ossos”, com pés e mãos em desenvolvimento.
O bebê nasceu a termo, com 35 semanas, no dia 1º de fevereiro, e passou por uma cirurgia para a remoção dos fetos, que estavam no estômago e haviam parado de crescer em algum momento da gestação. Tanto a mãe quanto a criança estão saudáveis, conforme divulgado pela mídia local.
O médico Prasad Agarwal, responsável pelo exame, explicou: “Tive sorte de ser vigilante o suficiente para perceber algo incomum com este bebê, um feto em crescimento normal, com ossos e uma estrutura parecida com um feto no abdômen. Imediatamente percebi que aquilo não era normal”.

Esse tipo de ocorrência corresponde a 80% dos casos de FIF, em que o tecido fetal absorvido fica alojado no abdômen, uma área onde as chances de remoção sem sequelas são mais altas. Em um caso semelhante, ocorrido no ano passado na China, o feto se desenvolvia no crânio de uma bebê, que infelizmente faleceu duas semanas após a remoção do feto, que já tinha 18 centímetros e características como braços, olhos e cabelo.
Causa
Segundo a Sociedade Internacional de Ultrassonografia em Obstetrícia e Ginecologia (ISUOG), há duas teorias para explicar o FIF. A primeira sugere que se trata de uma forma altamente diferenciada de teratoma, uma coleção anormal de células.
A segunda, mais aceita, é a teoria do “gêmeo parasita”, que propõe que um feto malformado se forma dentro do corpo de seu gêmeo normal e compartilha o suprimento sanguíneo. A maioria dos especialistas acredita que a teoria do “gêmeo parasita” seja a explicação mais plausível.
Os fetos são considerados “parasitas” porque dependem totalmente do hospedeiro, neste caso, o outro feto, para sobreviver. Como não possuem órgãos vitais completamente desenvolvidos, não conseguem viver de forma independente e, eventualmente, precisam ser removidos ou “encerrados” para evitar complicações para o bebê.
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