Em meio à discussão atual sobre stalkers, suscitada pela série fenômeno da Netflix, Bebê Rena, o podcast Coffeehouse Crime decidiu esmiuçar nesta quinta (9), o caso chocante de um fã obsessivo. Grant Amato matou toda a sua família para conseguir dinheiro e pagar pelo conteúdo adulto de uma modelo de webcam búlgara. O homem, que na época tinha 29 anos, ainda tentou culpar seu irmão pelo impressionante crime.
Amato mantinha uma vida confortável de classe média quando se viu obcecado por Silviya Ventsislavova, em 2018. Na época, ele tentou seguir a carreira do irmão mais velho, na medicina, mas perdeu o emprego após ser pego roubando analgésicos. “O hospital imediatamente o demitiu antes de envolver a polícia. Ele foi, portanto, preso depois de roubar US$ 2.000 em Propofol“, informou Adrian Stewart, do podcast Coffeehouse Crime.
As acusações foram retiradas após o próprio irmão, Cody, ajudá-lo com as despesas legais. Falido e desempregado, o homem voltou a morar na casa de seus pais, onde tentou se reinventar como um streamer da Twitch. Ele decidiu pedir dinheiro emprestado aos pais para comprar um computador e uma câmera de última geração.
“Sua jogabilidade era muito medíocre, mas sua personalidade também não o ajudava“, observou Adrian. Amato ganhava cerca de US$ 150, ou seja, R$ 775, na cotação atual, todos os meses na plataforma. Entretanto, em vez de trabalhar em sua carreira na internet, ele decidiu se inscrever em um site chamado My Free Cams, um precursor do OnlyFans.
Foi então que o homem desenvolveu uma obsessão perigosa por Ventsislavova, que atendia pelo nome de Silvie. Em sua biografia online, ela se descrevia como “uma mulher muito sensual“. A beldade enfatizava que, “junto com minha sexualidade e a beleza sublime de um corpo feminino bem torneado e atlético, gosto de mostrar a você, o meu mundo“.
Silviya também instigava os seus assinantes ao dizer que poderia encontrá-los “no chuveiro, na banheira, na cama ou mesmo na varanda, e tentar inventar novas e excitantes fantasias, e formas de provocar a tortura e agradar uns aos outros“. Encantado com a modelo, Amato a encheu de presentes, enviando-lhe lingeries e brinquedos sexuais. Estima-se que ele gastou, pelo menos, US$ 200 mil, ou seja, mais de R$ 1 milhão com a búlgara.
O dinheiro, segundo Adrian, foi roubado das economias de seus pais. Eventualmente, os roubos foram descobertos e o pai do fã obcecado o proibiu de usar o computador. Além disso, Amato foi obrigado a seguir um conjunto de regras, se não quisesse ser um filho renegado e processado por roubo. O contrato elaborado pelo pai de Amato, Chad, detalhava exatamente o que ele precisava fazer naquela situação.
“Encontrar um emprego, pagar todos os empréstimos e dinheiro roubado – que totalizaram mais de US$ 320 mil – e pedir desculpas formalmente à sua família“, descreveu Adrian. Por um tempo, o homem parecia estar progredindo, mas então, em um fatídico dia, ele implorou ajuda à mãe. “Ela podia ver claramente o quanto seu filho estava lutando emocionalmente e, então, em um momento de fraqueza, ela deu a ele, o telefone dela, para que ele pudesse entrar em contato com Silvie no Twitter. No entanto, isso não estava certo nas regras de Chad. Ele tinha limites muito rígidos para manter e, se algum dia os deixasse serem ultrapassados, estaria dando um mau exemplo para ele e para o resto da família. Com isso em mente, ele expulsou o filho da propriedade“, contou o apresentador do podcast.
Amato, então, reagiu e matou toda a sua família. Enquanto sua mãe usava o computador, ele se aproximou dela e atirou em sua cabeça. Quando o pai chegou do trabalho, o homem atirou nele duas vezes. Em seguida, ele pegou o telefone do pai e mandou uma mensagem para o irmão mais velho, fingindo ser o próprio pai e pedindo-lhe que fosse até sua casa.
Assim que Cody chegou ao local, Amato atirou nele também e, ainda, tentou incriminá-lo pelos assassinatos dos pais. Segundo Adrian, Amato deixou a pistola, uma IWI Jericho 941, de 16 disparos ao lado do cadáver do irmão. O homem foi finalmente preso alguns dias depois, e se declarou culpado. “Há meses que minha família me culpa por arruinar suas vidas, roubar e não seguir as regras da casa, então é melhor eu ser culpado por isso também“, disse ele, em seu julgamento.
Embora o estado da Flórida tenha pressionado pela pena de morte, Amato foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Atualmente, ele encontra-se preso na Instituição Correcional Tomoka, em Daytona Beach. Assista ao podcast:
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