A família do bilionário britânico Hamish Harding, que teve a morte confirmada nesta quinta-feira (22), acusou a OceanGate de ter atrasado o início das buscas pelo submarino Titan. Em entrevista ao Telegraph, Kathleen Cosnett, prima de Harding, disse que a empresa demorou “muito tempo” para emitir um alarme.
“É muito assustador”, disse Cosnett, de 69 anos. Segundo ela, a companhia demorou mais de oito horas para relatar o desaparecimento da embarcação. “Demorou tanto para eles irem resgatá-los, é muito tempo. Eu teria pensado que três horas seria o mínimo”, criticou.
A bordo do submersível estavam o CEO e fundador da OceanGate, Stockton Rush, o bilionário Harding, o renomado mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, bem como o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho de 19 anos, Suleman Dawood. O submersível usado para levar turistas ao local do naufrágio do Titanic desapareceu no início desta semana, iniciando uma corrida contra o tempo para encontrar as pessoas desaparecidas. No entanto, a Guarda Costeira dos EUA confirmou que uma implosão tirou a vida de todos os tripulantes.
Antes do anúncio das mortes, Cosnett relatou sua preocupação com o oxigênio dentro da cabine. “[Estou] tentando não pensar nisso, o que nem sempre é fácil. Estou dormindo e comendo bem. Mas é a preocupação não apenas com Hamish, mas com os outros que estão lá e suas famílias”, afirmou. Enquanto isso, o enteado de Harding, Brian Szasz, enfrentou uma reação negativa depois de postar em suas redes sociais que havia assistido a um show do Blink-182 em meio à frenética operação de busca pelo submersível.
Cosnett não foi a única familiar que falou sobre a tragédia. A filha de 39 anos de Paul-Henri Nargeolet, Sidonie, disse que “chorou muito” quando relembrou sua última interação com o pai. “Ele me enviou uma mensagem uma semana antes [de entrar no submarino] dizendo que o tempo estava ruim, então eles não puderam descer, mas que havia uma ótima atmosfera”, disse ela à Reuters. “Mandei uma mensagem para ele no domingo para o Dia dos Pais, mas ele não respondeu”, continuou.
Sidonie também observou que seu pai estava ciente dos perigos de viajar para ver o Titanic, como fez em 1987. “Ele sabe como lidar com uma situação de crise. Ele está preparado para isso. Aqui, acho que com as outras pessoas ele teria explicado para elas, portanto, respirar suavemente, para usar menos oxigênio”, explicou ela, antes de saber do falecimento.
Na época, ela disse que tinha sentimentos confusos sobre a possível catástrofe, mas sabia que seu pai estava feliz no momento em que embarcou na viagem. “Se eles não forem encontrados, será muito triste para nós porque não o veremos novamente. Mas o que ele mais gostava era de estar em um submarino. Ele está onde realmente amou estar. Eu preferiria que ele [morresse] em um lugar onde ele fosse muito feliz”, declarou.