O detento Freddie Owens morreu após a aplicação de uma injeção letal, nesta sexta-feira (20), na Carolina do Sul (EUA). Sua sentença foi executada horas depois de uma testemunha ter confirmado à Justiça que mentiu em seu depoimento e que Owens não estava, de fato, envolvido no assassinato.
Segundo informações da CNN, o assassinato da vítima, a mãe de três filhos, Irene Grainger Graves, aconteceu em 1997. Ela foi baleada na cabeça durante um assalto à mão armada em Greenville. Owens foi preso e, dois anos depois, condenado por homicídio, assalto à mão armada e conspiração criminosa.
Na época, Freddie foi sentenciado à morte e, um dia após ser considerado culpado, ele matou seu colega de cela na prisão, relatou a WHNS. Desde então, ele aguardava a execução, que foi suspensa no estado norte-americano por 14 anos, porque os funcionários penitenciários não conseguiram obter a droga necessária para as injeções letais.
Ao longo dos anos, seus advogados tentaram impedir sua execução diversas vezes, incluindo duas tentativas em setembro. Entretanto, o tribunal negou todos os pedidos. Na última tentativa, os advogados apresentaram uma declaração assinada por Steve Golden, o outro acusado, na quinta-feira (19), que afirmava que Owens era inocente.
À Justiça, Golden — que, na época do crime, tinha 18 anos — disse ter sido pressionado pelos detetives a confirmar a presença de Owens durante o assassinato. Ele também confessou que estava com medo de receber a pena de morte e, por isso, “colocou Freddie” no lugar de quem realmente foi seu comparsa no assalto. Owens sempre afirmou que não havia saído de casa naquele dia.
Em 1999, Golden assinou um acordo judicial para testemunhar contra Owens e evitar a pena de morte. Ele foi condenado a 28 anos de prisão. “Fiz isso porque sabia que era isso que a polícia queria que eu dissesse, e também porque pensei que o verdadeiro atirador ou seus associados poderiam me matar se eu o denunciasse à polícia. Ainda tenho medo disso. Mas Freddie não estava lá, de fato”, afirmou o co-réu.
Mesmo com a confissão de Golden, o tribunal negou o pedido para suspender a execução de Freddie. “Este novo depoimento é totalmente inconsistente com o depoimento de Golden no julgamento de Owens em 1999, no primeiro julgamento de nova sentença em 2003 e na declaração que ele deu aos policiais imediatamente após participar da prática dos crimes em 1997”, disse a ordem judicial.
Os promotores também argumentaram que Owens confessou ter atirado em Graves a cinco pessoas: entre elas, uma namorada e dois policiais.
Os defensores contra a pena de morte e a mãe de Owens também apelaram ao estado por clemência, o que foi negado pelo governador Henry McMaster. Horas antes da execução, a mãe de Owens declarou que a execução foi uma “grave injustiça perpetrada contra meu filho”. “Freddie manteve sua inocência desde o primeiro dia”, reforçou Dora Mason, em nota divulgada pelo Greenville News.
Segundo a lei da Carolina do Sul, os condenados à pena de morte podem escolher entre morrer por injeção letal, cadeira elétrica ou pelotão de fuzilamento. Owens transferiu a decisão para seu advogado, que optou pela injeção letal. A substância foi administrada por um médico, que declarou o óbito dez minutos depois.
Sua morte foi confirmada às 18h55 (horário local). A execução foi presenciada por jornalistas e membros da família da vítima.