Jake Eberts, um homem de 26 anos de Washington, nos Estados Unidos, topou tomar um “suco de bactérias” para receber US$ 7 mil (cerca de R$ 35 mil). Ele participou de um estudo da Universidade de Maryland que busca testar uma vacina contra a desinteria. Com a experiência, o rapaz deu uma série de relatos desse processo – desde os sintomas horríveis da doença até momentos mais nojentos.
Eberts ingeriu uma dose da bactéria Shigella, responsável por causar a doença, e ficou de quarentena num hospital universitário. Ele narrou todo o processo no Twitter e, já no terceiro dia, acordou com “algo engraçado” na barriga, tendo que correr para ir ao banheiro. Nas 48 horas seguintes, o rapaz teve de lidar com cólicas estomacais, diarréia com sangue nas fezes, uma febre de 39,4º e uma enorme sensação de exaustão.
“Eu fui ao banheiro e cada parte disso – levantar, andar, pegar papel higiênico – parecia um esforço de Hércules”, afirmou ele, que acabou 11 vezes no vaso no mesmo dia. A situação ficou tão intensa, que Jake achou que poderia morrer. “Foi a doença mais brutal que eu tive, e eu queria morrer por seis horas. Eu não consigo imaginar o quão aterrorizante é essa doença para as crianças pequenas”, detalhou.
(as opposed to just diarrhea — blood in the stool makes it dysentery!) Anyways that was the most brutally sick I have ever been, and I wanted to die for a solid six hours. I cannot imagine how terrifying this disease is for a small child. 💔
— Jake Eberts (@wokeglobaltimes) April 9, 2022
Isso foi a deixa para os enfermeiros rapidamente iniciarem o tratamento, ao perceberem que a infecção já havia se instalado. Eberts recebeu fluídos para evitar a desidratação e antibióticos para ajudar a combater a doença. No dia seguinte, o jovem disse ter se sentido “muito melhor”, apesar de ter continuado indo ao banheiro e de ter chegado a uma febre de 38,3º. Um dia depois, a evolução foi maior e seus movimentos intestinais pareciam estar “mais normais”. No total, ele levou quatro dias para se recuperar.
Jake foi uma das 16 pessoas que receberam as duas doses da vacina, com um intervalo de um mês, como parte da fase 2 dos testes do imunizante contra Shigella. Metade dos participantes recebeu uma dose de vacina, enquanto a outra recebeu um placebo – necessário pra se entender a eficácia dentro daquele grupo de pessoas. Enquanto o jovem foi um dos primeiros a ficar doente, 11 pessoas tiveram desinteria nos dias seguintes. Outras 4 tiveram a doença na forma assintomática.
Neste momento de testes, ainda não é claro quem recebeu uma dose de verdade e a dose de placebo. Contudo, Eberts acredita que tenha sido um dos que não receberam realmente o imunizante, devido ao estado que ficou após o “suco de bactérias”. “Se eu recebi a vacina, isso é uma má notícia para a vacina”, afirmou ele ao The Insider.
O “diário” dos dias da pesquisa ainda contou com detalhes bizarros. Segundo Jake, ele também teve de usar um penico para fazer suas necessidades. As fezes, então, tinham de ser transferidas para um saco de risco biológico, carregadas pelo corredor, e entregues para que os pesquisadores extraíssem e analisassem amostras do material. Feito isso, o cocô era despejado no vaso sanitário, encharcado com água sanitária, e a descarga só era dada cinco minutos depois, para que o produto funcionasse.
Uma rotina fedida e desconfortável… Mas tudo pela ciência, né?