Irmã de brasileira morta pelo Hamas em Israel chora ao relembrar último encontro com a caçula: ‘Tenho tristeza’; assista

Bruna Valeanu foi uma dos três brasileiros mortos em bombardeio do Hamas. Ela morava em Israel há oito anos

Bruna Valeanu foi uma das brasileiras que faleceu durante o ataque do grupo Hamas contra Israel. A morte da jovem foi confirmada por sua família na última terça-feira (10), após uma notificação do Exército israelense. Neste domingo (15), em entrevista ao Fantástico, a irmã dela, Nathalia Valeanu, deu mais detalhes sobre o episódio trágico. Ela ainda revelou como foi o último encontro que teve com a caçula.

Bruna estava no festival  “Supernova Edição Universo Paralello” com amigos, quando os terroristas invadiram o local. De acordo com a reportagem, a carioca morava em Israel há oito anos. Em meio aos bombardeios, ela se escondeu em uma área de mato, como mostra uma mensagem que enviou para as amigas. Em outro registro feito momentos antes de ser assassinada pelo Hamas, a jovem já aparece deitada no chão e encolhida em um bunker com outras pessoas.

Brasileira aparece encolhida em bunker momentos antes de ser morta (Foto: Reprodução/TV Globo)

Ao dominical, Nathalia contou que a mãe delas tinha pedido que Bruna não fosse ao festival de música, e sugeriu ainda reembolsá-la pelo valor do ingresso. [Minha mãe falou]: ‘Você tem certeza? Não vai, não vai não’. Aí ela (Bruna) disse: ‘Não, eu já comprei o ingresso’. Não era muito barato assim. Minha mãe: ‘Eu te pago esse ingresso, eu te dou o dinheiro’. [Bruna respondeu]: ‘Não é isso, eu vou na festa'”, recordou.

Na conversa com a jornalista Renata Capucci, Nathalia também falou, aos prantos, da última vez que esteve com a irmã, há menos de um mês, no Rio de Janeiro: “Só consigo lembrar do último abraço que eu dei nela, que foi aqui na porta do metrô. Eu não podia imaginar que poderia ser a última vez. Ela desceu e falou: ‘Tchau, Naque’, que era como ela me chamava. Eu falei: ‘Tchau, meu amor. Eu te amo’. ‘Eu também’, [respondeu Bruna].

“Eu nunca mais vou ver minha irmã, então eu não tenho revolta, sabe? Eu tenho tristeza. Se não parar [essa guerra], muitas pessoas vão continuar passando por isso”, lamentou Nathalia. A também brasileira emocionou-se ao falar do velório de Bruna Valeanu em Israel, que comoveu a população.

Bruna Valeanu vivia em Israel há 8 anos. (Foto: Reprodução)

Através das redes sociais, a família de Valeanu pediu que os residentes dessem a ela, um enterro digno. Para isso, era necessário a presença de dez judeus adultos, assim como em qualquer serviço religioso judaico. Após a postagem, milhares de pessoas compareceram. “Foi muito emocionante. Eu vi alguns vídeos e as pessoas se comoveram por ela não ter família lá”, desabafou Nathalia.

“Então, fiquei sabendo que essa mensagem circulou e teve um trânsito de 2 km de pessoas. Dez mil pessoas foram lá e eu fiquei muito emocionada, assim, de ver como todo mundo se mobilizou, né? Para poder se despedir dela, homenagear ela”, completou a irmã de Bruna. Assista:

Fantástico conversa com outras famílias

No programa da TV Globo, Jacques Stelzer, irmão de Karla Stelzer, também morta em Israel, falou da paixão que a brasileira tinha por música eletrônica. Ela também estava na “Supernova Edição Universo Paralello”, nas imediações da Faixa de Gaza. “Se ela tivesse condição, ela era capaz de viajar até para outro país para poder participar de um festival de música eletrônica”, disse Jacques. “Você nunca acredita que pode acontecer com você. Parece coisa de filme. É algo que a gente toma um choque”, confessou ao final.

O Fantástico trouxe, ainda, a mensagem que Karla enviou para os amigos, informando que iria se esconder em um bunker. “Vieram uns terroristas, jogaram bomba. A gente saiu correndo. Eu estou aqui no meio do mato, com outras duas pessoas e o Gabriel. E com medo de alguém vir matar a gente”, confessou a mulher de 42 anos.

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Rafael Zimmerman, sobrevivente ao ataque, detalhou os momentos de terror. Ele também estava no festival, junto com Rafaela Treistman e Ranani Glazer, que teve morte confirmada pelo Itamaraty na semana passada. “A gente conseguiu achar um carro no meio da estrada, com um casal que também estava na festa, e eles deram carona até um bunker”, lembrou o jovem.

“Não tinha espaço para todo mundo, era um lugar bem pequeno. [Tinha] muita gente em cima de outras pessoas”, acrescentou Rafaela. Na sequência, ela contou como conseguiu se salvar. “Quando o policial chegou e gritou para todo mundo: ‘Quem está vivo?’, eu dei um jeito de sair debaixo das pessoas. Eu não sei”, explicou Treistman. Assista à íntegra:

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