A vida é uma caixinha com tantas surpresas que às vezes é até difícil acreditar em tudo que acontece… Nesta sexta-feira (13), o jornal The Sun escocês relatou uma dessas histórias surpreendentes vivida por Adrian Collins. Quando era estudante universitária, ela engravidou e precisou dar sua primeira filha para adoção. Anos mais tarde, o reencontro das duas aconteceu e foi tão forte, que a mulher adotou a primogênita e passou a criá-la junto com seus filhos mais novos.
Na época em que descobriu a gestação, Adrian não tinha condições financeiras para criar o bebê. Mesmo com o sonho de ser mãe, ela percebeu que aquele não era o momento adequado e tomou a difícil decisão de dar a criança para a adoção. No entanto, Collins optou pelo formato de adoção semifechada, assim, ela conseguiria manter o vínculo com a filha em algum momento. “Meu único conforto foi uma promessa feita pelos pais adotivos de que eles iriam abraçar minha filha e dar-lhe um banho de amor incondicional”, contou para a publicação.
Os anos se passaram, Adrian casou-se com um namorado de longa data, tiveram três filhos biológicos e adotaram uma outra criança. Mesmo assim, a pequena dada para adoção não saía da cabeça de Collins. “Enquanto eu me deleitava com a maternidade, meus pensamentos vagavam para minha filha. Sempre, eu puxava uma caixa de lembranças debaixo da minha cama que continha fotos e cartas enviadas pelos pais adotivos”, recordou.
Quando a menina completou seis anos de vida, a mãe biológica e o marido foram convidados para a festa de aniversário, o que seria o início do forte vínculo entre Adrian e a filha. “Antes de me despedir, coloquei uma mecha de cabelo loiro atrás da orelha dela e disse: ‘Eu te amo’. Ela sorriu timidamente e sussurrou: ‘Eu também te amo'”, contou a mãe. Nos anos seguintes, os encontros ficaram mais frequentes, o que deixou os pais adotivos da menina insatisfeitos.
No final da adolescência, a menina foi obrigada a fazer uma escolha. “Soubemos que os pais adotivos não apoiavam mais o relacionamento dela conosco. Ela foi instruída a escolher entre sua família biológica e sua família adotiva. Eles me acusaram de tentar conspirar para roubar a filha deles. Eles questionaram meus motivos [de visitar a menina] e atacaram meu caráter. Fiquei sentada boquiaberta. O que fiz para merecer isso?”, desabafou.
Antes mesmo que a menina pudesse se decidir a respeito dessa questão, os pais adotivos tomaram uma atitude lamentável. “Eles retiraram todo o apoio financeiro de nossa filha e disseram que lamentavam a adoção. Eles viraram as costas para minha filha e a renegaram. Eu me senti traída. Eu tinha confiado minha filha a eles e agora eles a abandonaram. A dor de ver minha filha sofrer uma perda foi quase tão insuportável quanto no dia em que deixei o hospital sem ela”, confessou Adrian.
Diante da situação, Collins e seu marido tomaram a atitude de readotar a garota, que agora já tinha 18 anos. “Foi meu marido quem trouxe a ideia da readoção. ‘Podemos cuidar de você’, disse ele. Embora a adoção de um adulto fosse algo comum entre pais e filhos adotivos ou enteados, era rara, na melhor das hipóteses, entre um pai biológico e um filho biológico”, concluiu Adrian. “Após meses de reflexão e oração, nossa filha concordou em ser readotada em nossa família”, explicou.
Porém, nem tudo é um mar de rosas… A adaptação ainda é complicada por conta de tudo que a jovem enfrentou. “Hoje, quando estou sentada em frente à minha filha, ainda reconheço traços de dor. Gostaria de poder curar suas feridas mais profundas e apagar os anos de separação. Em vez disso, só posso ama-lá incondicionalmente e dizer a ela: ‘Estou aqui'”, declarou. Adrian tenta evitar remoer tudo que aconteceu e seguir em frente. “Podemos criar novas memórias em nosso relacionamento ainda crescente. Só posso abraçar a jornada e descobrir como mudei por causa dela”, avaliou.