Nesta quinta-feira (22), a Marinha dos Estados Unidos confirmou que os sons subaquáticos captados durante a busca pelo submarino desaparecido eram apenas “ruídos de fundo do oceano”. O submersível, chamado de Titan, sumiu no Oceano Atlântico no último domingo (18) com cinco tripulantes, durante uma expedição até os destroços do Titanic.
Em entrevista à Sky News, o contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger, afirmou que os oficiais continuam suas análises, e que esta segue sendo uma “ação de busca e resgate”. “Os relatórios iniciais são de que muitos dos sons gerados eram ruído do oceano, mas eles continuam a procurar todas as informações disponíveis lá”, disse.
Durante a entrevista, o militar deixou claro que não pretende esperar nenhum documento para intervir: “O importante para mim é que continuemos a procurar nas áreas onde o ruído foi detectado com os ROVs que tínhamos desde o momento da detecção”.
Segundo ele, apesar do fim do prazo estimado sobre a quantidade de oxigênio dentro do submarino, as autoridades ainda estão esperançosas de que o módulo possa ser encontrado. “Continuamos a manter os membros da tripulação e as famílias em nossos pensamentos. Embora estejamos cientes do tempo e que tenhamos incluído muitos dados e informações, esta ainda é uma busca ativa de resgate”, ressaltou.
Na manhã de hoje, um navio francês com um robô de mergulho desacelerou enquanto fazia buscas no local onde o submarino perdeu o contato com a base. A diminuição na velocidade pode significar que a sonda conectada à embarcação tenha encontrado algo. Até o momento, porém, nada foi confirmado.
“Estamos usando o equipamento que temos no fundo do mar agora, veículos operados remotamente para expandir nossa capacidade de busca e também para fornecer capacidade de resgate”, explicou o contra-almirante. Mauger disse que as condições para a operação eram “favoráveis” e que as equipes estavam aproveitando isso ao máximo.
A profundidade em que o submersível estaria também é um fator preocupante. Segundo um relatório da imprensa norte-americana, uma embarcação oficial da Marinha só poderia descer até uma profundidade de cerca de 600 metros. Os destroços do Titanic, por outro lado, estão a 3.900 metros de profundidade.
Neste momento, as autoridades trabalham com três hipóteses principais: o submarino pode estar no fundo do oceano; pode estar flutuando na superfície; ou pode ter implodido com a pressão da coluna de água.
De acordo com Mauger, qualquer decisão de parar as buscas seria tomada após uma “consulta completa” com as famílias dos passageiros do submersível. “Há hora e lugar para essa discussão. Agora seguiremos focados na busca e resgate, mas continuaremos a obter todas as informações disponíveis enquanto planejamos nossa operação futura”, concluiu.
Comunicado da OceanGate
Em um comunicado, o co-fundador da OceanGate, Guillermo Sohnlein, agradeceu aos envolvidos na busca. Para ele, a janela de tempo dos tripulantes é maior do que as 96 horas estimadas pelas autoridades. “Hoje será um dia crítico nesta missão, pois os suprimentos de suporte de vida do submarino estão começando a acabar. Tenho certeza de que Stockton e o restante da tripulação perceberam dias atrás que a melhor coisa que podem fazer para garantir o resgate é estender os limites desses suprimentos relaxando o máximo possível”, afirmou.
“Acredito firmemente que a janela de tempo disponível para o resgate é maior do que a maioria das pessoas pensa. Eu encorajaria todos a permanecerem esperançosos em trazer a tripulação de volta com segurança”, finalizou. O prazo estimado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos para a quantidade de oxigênio terminou nesta manhã.
A expedição para o Titanic
Na segunda-feira (19), a Guarda Costeira dos Estados Unidos anunciou que estava procurando por um submarino e sua tripulação que desapareceu no mar durante uma expedição para ver os destroços do Titanic. O passeio foi organizado pela empresa de turismo marítimo OceanGate Expeditions, que cobra US$ 250 mil, cerca de R$ 1,19 milhão, por cada passageiro. A expedição começou na última sexta-feira (16), partindo de Newsfoundland, no Canadá, mas a descida teve início no domingo (18). O módulo perdeu a comunicação depois de 1h45 de viagem.
A operação de busca está sendo feita com as Forças Aéreas dos Estados Unidos, do Canadá e da França. A bordo estão cinco pessoas: Stockton Rush, piloto do submarino e diretor-executivo da OceanGate; o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Suleman; o bilionário britânico Hamish Harding e o ex-comandante da Marinha Francesa Paul-Henry Nargeolet, principal especialista no naufrágio do Titanic.
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