Gleise Graciela Firmiano, modelo brasileira de 30 anos, foi assassinada pela polícia norte-americana no dia 30 de janeiro, no condado de San Bernardino, Califórnia. Entretanto, a notícia sobre a morte da alagoana foi dada à família apenas em 9 de fevereiro, que desde então tenta trazer o corpo da jovem de volta ao Brasil.
De acordo com o relato dos agentes, Gleise teria fugido de casa, armada, com o carro e o cachorro após discutir com seu namorado, responsável por acionar a polícia logo em seguida. Pouco depois, seu corpo foi encontrado sem vida, e o motivo pela execução ainda não foi informado. Entretanto, segundo o porta-voz dos investigadores, não há evidências de que a modelo tenha atirado contra os oficiais. Eles classificam o caso como um “encontro de forças letais”.
Desde o conhecimento da morte de Gleise, os familiares seguem em uma situação difícil para trazê-la de volta a Penedo, no interior de Alagoas, já que o custo do translado é de R$ 75 mil. “Perguntei ao consulado de Los Angeles se tinha algum meio da gente trazer o corpo dela sem ter custo para a família. Eles falaram que sim e que eu tinha que entrar em contato com o governo brasileiro para trazer o corpo. Entrei em contato com o Itamaraty e eles falaram que não era com eles”, explicou Cleane Firmiano, irmã de Gleise, ao UOL.
Cleane continuou dizendo que ainda permanece com a incógnita de como sua irmã foi morta, uma vez que as versões dadas pela polícia divergem. No início do caso, foi afirmado que a modelo apenas ficou com a arma nas mãos ao ser abordada pelos agentes, mas que não atirou. Agora, que o ocorrido tomou outra proporção, eles teriam mudado essa narrativa.
“Agora eles estão alegando que ela atirou nele (policial) com arma de fogo e eles revidaram com um taser (arma de choque). Só que não existe isso, de uma pessoa apontar ou chegar a disparar uma arma de fogo contra policiais americanos e eles revidarem com arma de choque. A gente está querendo muito que isso seja esclarecido”, suplicou a moça.
Nesta segunda (13), em entrevista à TV Sergipe, Cleane revelou que entrou em contato com o namorado de Gleise, que é natural dos Estados Unidos, para saber mais detalhes do que realmente aconteceu. O casal estava morando junto há dois anos. “Perguntei a ele, por que ele tinha chamado a polícia. Ele disse que ficou com medo de que ela fizesse uma besteira”, contou.
Mais de um mês depois da morte de Gleise Firmiano, o corpo permanece nos Estados Unidos. Após diversos pedidos ao Governo Federal para trazê-la de volta ao Brasil, Cleane disse que nenhum dos e-mails foi respondido. E foi só quando a imprensa buscou falar com o Ministério das Relações Exteriores, que o Consulado-Geral do Brasil em Los Angeles deu uma resposta.
Em nota, o Itamaraty informou que por meio do Consulado-Geral do Brasil prestou assistência aos familiares da modelo, ressaltando que “não há previsão regulamentar e orçamentária para o pagamento do translado com recursos públicos”. “Em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, os consulados brasileiros poderão prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com autoridades locais e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito”, concluiu o texto do órgão.