Obra desaparecida de Picasso é “vista” na casa da mãe do presidente das Filipinas; entenda

Um quadro perdido de Pablo Picasso supostamente surgiu na casa de Imelda Marcos, viúva do ditador Ferdinando Marcos, após eleição desta segunda (9)

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Um quadro desaparecido de Pablo Picasso foi supostamente visto na casa de Imelda Marcos, viúva do ditador Ferdinando Marcos, enquanto ela comemorava a vitória presidencial do filho. Ferdinand “Bongbong” Marcos Jr. venceu as eleições das Filipinas que aconteceram nesta segunda-feira (9).

Segundo o The Guardian, as imagens divulgadas pela própria família mostram Marcos Jr. visitando a casa de sua mãe. No ambiente, vê-se vários quadros acima do sofá. Entre eles, o “Femme Couchée VI”, do espanhol Pablo Picasso.

Não é possível afirmar se a obra é verdadeira ou não. O que se sabe é que a pintura foi um dos oito alvos de busca e apreensão pelas autoridades anticorrupção do país asiático, em 2014. “A viúva de Marcos tem o hábito de comprar pinturas falsas, bem como emprestá-las para exibição”, declarou Ruben Carranza, um ex-funcionário da Comissão Presidencial de Bom Governo (PCGG), ao jornal.

A publicação disse, também, que a aparição inesperada da obra aumentou os temores de que a família use seu poder, agora de volta à presidência, para inibir os esforços para recuperar o possível quadro obtido de forma incorreta.

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Imagens da família Marcos, com o quadro “Femme Couchée VI”, de Picasso, no canto superior esquerdo. (Foto: Divulgação/BBM Media Bureau)

“Isso mostra que eles [família Marcos] são absolutamente indiferentes com os filipinos. Agora, eles [família Marcos] estão levando-nos a acreditar, novamente, que têm tanta riqueza que podem simplesmente exibí-las quando quiserem”, acrescentou Carranza.

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O ex-ditador Ferdinando Marcos se envolveu em inúmeros abusos de direitos humanos durante seus 20 anos de governo, incluindo a prisão, tortura e assassinato de oponentes. O político usou seu poder, também, para saquear até US$ 10 bilhões, segundo investigações. Ele foi deposto e exilado em 1986. A família escondia os valores em contas bancárias e imóveis no exterior, e gastou em joias, obras de arte e roupas de grife.

Em relatórios recentes da Comissão Presidencial de Bom Governo, foram recuperados cerca de US$ 5 bilhões, enquanto outros US$ 2,4 bilhões estão presos em litígios. Outros valores não divulgados seguem desaparecidos.