Pai de Alok fala pela 1ª vez sobre massacre em rave em Israel e detalha terror que viveu: ‘Estourou uma bomba do lado’; assista

Juarez Petrillo, o DJ Swarup, estava pronto para se apresentar na rave “Supernova edição Universo Paralello” quando o ataque começou

Juarez Petrillo

Em 7 de outubro, a rave “Supernova edição Universo Paralello“, que acontecia na região Sul de Israel, foi interrompida pelo Hamas e teve mais de 260 pessoas mortas, segundo as autoridades israelenses. Juarez Petrillo, pai do DJ Alok, iria se apresentar no evento e chegou a filmar quando o ataque começou. No “Fantástico” deste domingo (15), ele narrou a invasão e os momentos de tensão até estar em segurança.

A festa foi realizada próximo ao kibutz de Re’im, a cerca de 6 quilômetros da Faixa de Gaza. Eram três palcos para a performance de 16 DJs. Além de estar entre as atrações, Juarez também foi o responsável pela decoração do lugar.

“Eu estava para entrar em 10 minutos. Estava amanhecendo, estava a coisa mais linda. Parecia a pista mais incrível da minha vida. De repente, estourou uma bomba do lado da festa. Foi um grito de susto de todo mundo. Nessa hora, a coisa mudou. As mulheres começaram a entrar em pânico, começaram a chorar. Foi geral”, lembrou ele, que é conhecido como DJ Swarup.

Segundo Petrillo, após o estouro, terroristas armados começaram a invadir o local em motocicletas, aumentando o desespero do público. “De repente, a gente escutou um barulho de metralhadora. O cara que tava comigo falou: ‘É nosso exército dando o troco’. Falou desse jeito, como se fosse a defesa. Mas não, pelo contrário. Eram motociclistas entrando dentro da festa”, continuou.

Ele contou que se apegou nas lembranças da família e dos três netos para conseguir sobreviver. Juarez saiu de carro, retirado pela produção do festival, e foi se abrigar em um bunker. “O que me deu um caminho, um norte, foi quando lembrei dos meus netos. Não era DJ mais, produtor, artista, não, sou vovô”, desabafou.

Alok, que também participou da entrevista, falou sobre a angústia dos familiares enquanto estavam sem informações do pai. “Eu vi por causa dos vídeos da internet e aí eu comecei desesperadamente a ligar para ele. Não atendia. A ficha foi caindo no dia seguinte, quando a gente viu que tinha mais de 250 corpos ali perto da área do festival e foi começar a entender a gravidade do ataque terrorista”, contou.

“Meu pai estava preso ainda em um bunker, eu queria tirar ele de qualquer jeito de lá. Ainda mais que estava em uma região muito próxima de Gaza”, acrescentou.

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Enquanto ainda estava na rave, o DJ Swarup filmou o início do ataque. As imagens mostram a fumaça no céu e as pessoas se movimentando para saírem rapidamente do local. “Surreal! Já estava no palco para tocar. Espiritual demais! Foi a primeira vez que aconteceu isso, nunca uma festa parou assim! Sei nem o que fazer ou dizer. Helicópteros! Explosões. Acabou a luz elétrica! Bizarro! Guerra! Muito triste”, escreveu.

Juarez falou sobre o ataque nas redes sociais. (Foto: Reprodução/ Instagram)

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Três brasileiros que estavam na “Supernova edição Universo Paralello” morreram durante a ação do Hamas: a carioca Karla Stelzer, que tinha 42 anos e morava em Israel há quase 16; Bruna Valeanu, outra carioca que morava no país há oito anos; e o gaúcho Ranani Glazer, que estava em Tel Aviv há sete anos.

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