Sandra Lee, também conhecida como a “Rainha dos Cravos”, afirma que perdeu mais de US$ 100 mil por mês, após o YouTube considerar os seus vídeos inapropriados para monetizar. Neste domingo (7), em entrevista ao portal Business Insider, ela explicou que o seu conteúdo foi classificado como “too graphic”, o que significa “gráfico demais”, em tradução livre, mas também pode indicar que as imagens são “muito explícitas” ou “nojentas demais”.
A médica dermatologista e YouTuber é dona do canal “Dr. Pimple Popper”, (“Doutora Espreme-Espinha”, em tradução livre), que tem números impressionantes, com mais de 7,5 milhões de inscritos e quase 5 bilhões de visualizações. Lee, porém, revela que ainda não consegue obter uma fonte de renda significativa com a publicidade na plataforma. Ao Insider, a médica explicou que entre 2014 e 2016, essas visualizações garantiam uma receita mensal de mais de US$ 100 mil, o que corresponde a, aproximadamente, R$ 510 mil.
Há seis anos, porém, o canal da médica foi desmonetizado, após ela ser informada pela plataforma que o seu conteúdo não era mais lucrativo, porque não respeitava as diretrizes da comunidade e, sobretudo, dos anunciantes. Os YouTubers conseguem ganhar dinheiro a partir de publicidade, assinaturas e assinantes premium dos vídeos. A quantidade de visualizações de Sandra, que chegava à casa do bilhão, garantia a ela uma receita fixa considerável.
O portal Influencer Marketing Hub estima que mil visualizações geram entre US$ 3 e US$ 5. A partir disso, é calculado que a dermatologista poderia ter ganho entre US$ 15 milhões e US$ 25 milhões pelos vídeos. O YouTube, entretanto, desestimula os criadores a divulgarem conteúdos “explícitos ou violentos”. As imagens de Lee foram incluídas nessa categoria, que podem ser removidas pela plataforma: “Fotos ou imagens mostrando fluidos corporais, como sangue ou vômito, com a intenção de chocar ou enojar os espectadores”.
A médica rebateu essa categorização e disse que os seus vídeos foram classificados erroneamente pela plataforma, pois, segundo ela, o conteúdo publicado no canal “Dr. Pimple Popper” tem cunho educativo. “Estou muito orgulhosa do fato de que as crianças sabem o que é um lipoma ou sabem que você não pode simplesmente espremer um cisto. Você precisa remover o saco completamente para removê-lo. Estamos ensinando as pessoas sobre psoríase ou hidradenite. Mas se você não estiver motivado para divulgar esse conteúdo, como as pessoas vão aprender?”, argumentou Sandra.
Segundo a dermatologista, os seus conteúdos ajudam, ainda, a combater a desinformação médica, visto que ela é especialista e, nos vídeos, transmite apenas informações de confiança, baseadas no seu conhecimento profissional e acadêmico. Para a médica, a política do YouTube vai contra o que ela prega: “Eles mudaram as regras de repente. Eles crescem por causa de todos esses novos canais, mas esperam até ficarem grandes o suficiente para poderem reprimir e fazer restrições”.
Para tentar contornar o problema, Lee resolveu investir nas assinaturas premium, onde os usuários têm acesso a conteúdos mais exclusivos. A médica ainda conseguiu incrementar a sua receita com os atendimentos da sua clínica particular, com o programa “Dr. Pimple Popper” no canal norte-americano TLC, além da sua marca de produtos específicos para a pele, a “SLMD Skincare”.
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Além do YouTube, ela acumula 4,5 milhões de seguidores no Instagram e mais de 15 milhões de seguidores no TikTok. No entanto, a dermatologista relatou que já conseguiu notar algumas restrições aos seus conteúdos na última rede, específica de vídeos. Algumas publicações no seu TikTok já aparecem com o aviso de “conteúdo sensível”. “Há uma linha tênue entre o que é perigoso, o que é chocante e o que é educativo”, finalizou Sandra.
@drpimplepopper You like the Cyst Life? #drpimplepopper #SLMDskincare ♬ Ooh Ahh (My Life Be Like) [feat. Tobymac] – Grits
Em um comunicado, um porta-voz do YouTube respondeu às alegações da médica. “Esses vídeos nunca foram desmonetizados e atualmente são elegíveis para rodar anúncios. Alguns conteúdos não são adequados para todos os anunciantes e fornecemos controles para os anunciantes optarem por não exibir conteúdo sensível, incluindo vídeos que alguns espectadores podem encontrar gráficos. Os anúncios ainda serão executados a partir de anunciantes que optaram por este conteúdo. Essas políticas são claras em nossas diretrizes de conteúdo amigáveis ao anunciante e as aplicamos consistentemente, independentemente do canal ou criador“, disse.
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