Christian Brueckner, principal suspeito do sequestro de Madeleine McCann, foi absolvido das acusações de crimes sexuais em um julgamento nesta terça-feira (8), na Alemanha. O homem, que já era acusado de ter cometido outros delitos em Portugal, entre 2000 e 2017, deverá ser solto em setembro de 2025.
“Consideramos o julgamento errado em substância e, portanto, apelaremos para que o Tribunal Federal de Justiça reveja a decisão novamente por erros legais”, declarou o porta-voz da promotoria em Brunswick, Christian Wolters, à AFP.
Brueckner está cumprindo a pena de sete anos de prisão por estupro da norte-americana Diana Menkes, de 72 anos. O caso é registrado no Algarve, em 2005, mesmo lugar onde Madeleine sumiu dois anos depois. Contudo, ele foi inocentado pelo tribunal estadual, após oito meses de julgamento, por outros dois estupros e dois abusos sexuais de crianças.
A promotoria local pedia pena de 15 anos. Porém, em julho, a juíza Ute Engemann já havia deferido que as evidências contra o suspeito eram “insuficientes”, segundo o Daily Star.
Os demais crimes pelos quais o alemão responde incluem o suposto estupro de Hazel Behan, em seu apartamento na Praia da Rocha, em 2004, bem como o estupro de uma adolescente em sua casa na mesma cidade. Ele também foi acusado de violentar uma mulher idosa em seu apartamento de férias.
Christian ainda foi denunciado por se expor a uma menina alemã numa praia, em abril de 2007, e a uma menina de 11 anos, em 2017. A sua sentença atual termina no início do próximo ano e, se ele não for considerado culpado no julgamento, poderá ser libertado da prisão. O processo deve terminar em dezembro.
Suspeito teria confessado o crime
De acordo com informações do Daily Mail, Brueckner teria dado pistas do suposto sequestro de Madeleine em conversa com seu companheiro de cela, Laurentiu Codin. Na ocasião, ele perguntou ao outro preso se também estava atrás das grades por crimes contra crianças.
O depoimento de Codin reforçou a teoria das autoridades. “Ele me disse que havia roubado em Portugal”, começou. “Ele estava em uma região onde há hotéis e moram pessoas ricas. Ele disse que tinha um lugar com a janela aberta, ele me contou isso. Ele estava procurando por dinheiro”, detalhou o preso.
Laurentiu prosseguiu com o relato, revelando que o alemão descreveu como atuou na época do crime. “Ele disse que não encontrou nenhum dinheiro, mas encontrou uma criança e a levou. Ele disse que duas horas depois havia policiais e cachorros por todo lado, então ele foi embora, saiu da área. Só estou dizendo o que ele me disse. Ele me disse que estava com ele uma pessoa com quem ele havia discutido, supostamente era sua mulher. Ele disse que levou a criança em Portugal no carro e, no momento em que a polícia e os cães chegaram à casa [que ele havia invadido], ele foi embora e desapareceu”, relatou. Clique AQUI para ler o depoimento completo.
O caso
A pequena Madeleine McCann desapareceu em maio de 2007, aos três anos de idade, enquanto passava as férias com a família na Praia da Luz, em Portugal. Ela completaria quatro anos em dez dias. A menina estava com os irmãos gêmeos Sean e Amelie, então com dois anos, no quarto de hotel.
Seus pais, Kate e Gerry McCann, tinham saído para jantar com amigos em um restaurante próximo, dentro do complexo turístico, deixando as crianças desacompanhadas. Assim que eles voltaram, descobriram que Madeleine tinha desaparecido.
Seu “sumiço” ganhou comoção mundial, com campanhas incansáveis de Kate e Gerry na tentativa de encontrar a filha. Até hoje, as circunstâncias do desaparecimento seguem vagas. O corpo de Madeleine nunca foi encontrado.
Christian Brueckner foi acusado pelo desaparecimento na Alemanha, a pedido da Justiça portuguesa. As autoridades locais declaram, desde 2020, que têm provas do homicídio de McCann, e apontam ele como principal suspeito. Na época do sumiço da menina, Christian morava a poucos quilômetros do hotel em que a ela desapareceu.
O Ministério Público de Braunschweig denunciou Brückner em outubro de 2023, acusando-o de sequestrar e matar Madeleine McCann em 2007. Em maio passado, o suspeito escreveu várias cartas na prisão, com o intuito de provar a sua inocência. No texto divulgado pelo Daily Mail, o homem afirmou que não tem qualquer relação com o sumiço da garota. Clique aqui para ler e saber os detalhes.