Dave Holmes, o ex-empresário do Coldplay, está processando a banda por mais de US$ 12 milhões (aproximadamente R$59 milhões) em comissões não pagas. Documentos obtidos pela Variety nesta sexta-feira (1º) revelaram o que motivou o desentendimento entre Holmes – que gerenciou o grupo nos últimos 20 anos – e os membros da banda, Chris Martin, Guy Berryman, Phil Harvey, Jonny Buckland e Will Champion.
No processo registrado no Tribunal Superior do Reino Unido no mês passado, o empresário alega que seu contrato com o Coldplay prometia a ele uma comissão sobre as vendas dos ainda inéditos décimo e décimo primeiro discos do grupo. Neste meio tempo, o Coldplay teria recebido um adiantamento de US$ 44 milhões (cerca de R$217 milhões) pelo seu 10º álbum, ainda não lançado, e outros US$ 38 milhões (aproximadamente R$ 187 milhões) pelo 11º e 12º álbuns.
Dave alega que deveria ter recebido sua parte desses valores, já que sob seu contrato anterior, ele recebeu entre 8% e 13% de comissão, cobrindo valores do oitavo e o nono discos da banda, “Everyday Life” e “Music of the Spheres” (este último lançado em outubro de 2021).
À Justiça britânica, Holmes afirma que as comissões cobririam atividades desempenhadas por ele em nome do grupo, como o gerenciamento da logística para a preparação e gravação dos álbuns, a preparação de orçamentos e organização de sessões de gravação em Londres, Aspen e Jamaica e até mesmo a organização do trabalho com o produtor musical Max Martin.
Holmes afirmou no processo que também trabalhou nos bastidores da turnê mais recente do Coldplay, incluindo apresentações nos EUA, Austrália e Ásia. O empresário teria entrado com a ação depois que a banda negou a extensão do contrato e prorrogação do fim de seu trabalho com o grupo, tentando “rebaixá-lo” de empresário a gerente de turnê.
Na ação, Dave pediu que o tribunal do Reino Unido faça uma declaração de que o contrato que cobre os próximos dois discos do grupo britânico é válido. Ele requisitou, ainda, que a Justiça ordene o pagamento da comissão pendente. Como alternativa, o ex-empresário pediu uma indenização ou “pagamento de uma taxa razoável” de US$ 12 milhões pelo trabalho que realizou até 2022, quando o rompimento entre o grupo e Holmes foi oficializado.
Os registros de Holmes também revelam que, em cartas legais anteriores ao seu processo, o Coldplay ameaçou apresentar uma ação contra o empresário junto a qualquer defesa.
Em nota à Variety, o advogado do empresário, Phil Sherrell, se manifestou e alegou que a banda está “se recusando” a pagar o que deve ao ex-colega. “Dave Holmes administrou com sucesso o Coldplay por mais de 22 anos, levando-os a ser uma das bandas de maior sucesso na história da música. Agora, como mostra o caso, o Coldplay está se recusando a honrar o contrato de gestão de Dave e pagar a ele o que lhe é devido”, explicou.
Até o momento, nenhum dos integrantes ou equipe da banda se manifestou sobre o imbróglio.
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